Um dos maiores nomes da história da televisão brasileira, o ator Ney Latorraca faleceu nesta quinta-feira, 26, aos 80 anos
Ney Latorraca, ator e diretor brasileiro, faleceu na manhã desta quinta-feira, dia 26, no Rio de Janeiro, aos 80 anos.
Ele estava internado desde 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, devido ao agravamento de um câncer de próstata que havia sido diagnosticado em 2019. A causa do falecimento foi uma sepse pulmonar.
Após o diagnóstico inicial, Ney passou por uma cirurgia para a remoção da próstata. No entanto, a doença retornou em agosto deste ano, apresentando metástase, explica o G1.
Ao longo de sua carreira, Latorraca foi conhecido por interpretar personagens marcantes na televisão brasileira. Entre suas atuações mais memoráveis estão o vampiro Vlad na novela "Vamp", exibida em 1991, e Barbosa na "TV Pirata".
O ator deixa seu marido, Edi Botelho, com quem compartilhou uma união de 30 anos. Abaixo, separamos curiosidades sobre a vida pública e íntima do ator. Confira!
Em 2012, durante entrevista à Revista Quem, Latorraca compartilhou suas manias. Ele revelou uma marcante, que compreende "anotar tudo na agenda".
"Por exemplo, para dar esta entrevista já preparei tudo desde ontem! Faço um enxovalzinho. A roupa que vou usar, coloco a bermuda, a cueca, o tênis, a meia, a mochila, tudo separado. E a chave jogada por cima", explicou ele.
Ainda na entrevista, Ney revelou um episódio inusitado que ocorreu durante uma peça, descrito por ele como o seu "maior mico".
"Odeio quando o espectador quer aparecer mais que o ator. Paro o espetáculo. Uma vez eu falei: 'A senhora não quer subir aqui? Porque tudo que eu falo a senhora comenta. Sobe'. Ela ficava o tempo todo cochichando com uma pessoa ao lado. Aí ela falou: “Não. É que o meu filho é cego”. Depois dessa, nunca mais falei nada. Foi um king-kong", disse Latorraca.
Ainda respondendo perguntas enviadas pelos fãs para a revista, o ator revelou que seus pais não queriam um filho artista. Na realidade, eles queriam um "médico ou engenheiro".
"Sou filho único, meu pai cantava, era crooner de boate em cassino e minha mãe trabalhou com Grande Otelo, que é meu padrinho. Mas eles não queriam um filho ator. Queriam que eu fosse médico ou engenheiro. Falei: “Não, vou fazer diferente”. Fiz a Escola de Arte Dramática na USP. Minha mãe ficou feliz mesmo quando apareci na TV", relembrou ele.
Latorraca também relembrou os anos 90, quando deixou à TV Globo para trabalhar no SBT, no entanto, acabou retornando a emissora carioca. Na entrevista, ele disse que o canal de Silvio Santos não tinha "estrutura".
"Fiquei no máximo dois meses e voltei para a Globo. Me arrependi tremendamente, porque eles não tinham estrutura para mim na época. Foi o Walter Avancini (diretor) que me chamou", explicou.
Ele também disse que conversou com Silvio Santos, que entendeu o lado do artista após o desabafo.
"Conversei com o Silvio Santos, que foi muito simpático. Falei: “Me libera, pelo amor de Deus!”. Ele me liberou. Mas tive um acesso de choro (durante a conversa). Falei a verdade para ele, não me adaptei. Na Globo, tenho meu camarim, meus camareiros, tudo. Só faço um gesto e eles sabem que é um café com quatro gotas", brincou.
Outro fato curioso sobre Ney Latorraca, é que ele não lidava bem com atrasos. Na conversa, ele disse que estava sempre "adiantado".
"O que me enlouquece mesmo é o atraso. (...) Eu sempre chego antes. Por exemplo, aniversário da Claudia Raia. Ela nem chegou na casa dela ainda e eu já estou lá, sentado. Ela chega, vai tomar banho, se arruma e já estou ali. Sou o primeiro a chegar sempre", disse ele.