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Notícias / Planta alienígena

Pesquisadores encontram 'planta alienígena' que não pertence a nenhuma espécie conhecida

Misteriosos fósseis de 'planta alienígena', de 47 milhões de anos, não pertence a nenhuma espécie conhecida ou já extinta; entenda!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 26/12/2024, às 18h00

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Folhas fossilizadas da espécie Othniophyton elongatum, a 'planta alienígena' - Florida Museum of Natural History/Jeff Gage
Folhas fossilizadas da espécie Othniophyton elongatum, a 'planta alienígena' - Florida Museum of Natural History/Jeff Gage

Pesquisadores descobriram que o fóssil de uma planta com flores não corresponde a nenhuma outra espécie que se tem conhecimento até então, lançando uma luz sobre como era a diversidade da flora do planeta. 

Os pesquisadores avistaram pela primeira vez as folhas fossilizadas da espécie Othniophyton elongatum — que se traduz como "planta alienígena" — em Rainbow, Utah, em 1969. Antes uma antiga comunidade de mineração, a região é agora uma cidade fantasma. 

Um novo estudo publicado no periódico Annals of Botany revela que as folhas fósseis de 47 milhões de anos pertencem a uma planta única com flores e frutos incomuns.

Detalhes da 'planta alienígena'

Em um primeiro momento, os especialistas conseguiram analisar a espécie somente observando o formato e os padrões de nervuras nas folhas fósseis, sem flores, frutos ou galhos. Assim, concluíram que a espécie extinta poderia ter pertencido à família do ginseng.

No entanto, o estudo mais recente avaliou mais fósseis das plantas, descobrindo que suas folhas, frutos e flores presas ao caule dos fósseis não eram nada parecidos com os das outras plantas da família do ginseng. A nova espécie tinha suas folhas ligadas diretamente aos caules. 

Este fóssil é raro por ter o galho com frutas e folhas anexadas. Geralmente, elas são encontradas separadamente", explicou o coautor do estudo Steven Manchester, do Museu de História Natural da Flórida, conforme repercute o The Independent. 

"Os dois galhos que encontramos mostram o mesmo tipo de folha anexada, mas não são compostos. São simples, o que elimina a possibilidade de ser qualquer coisa daquela família", prosseguiu.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores compararam as características físicas dos fósseis antigos e novos, comparando-os entre as mais de 400 famílias diversas de plantas com flores vivas que temos conhecimento hoje em dia. 

No entanto, eles não conseguiram associar a estranha variedade de características dos fósseis a nenhuma delas. As buscas, então, foram aumentadas para entre as famílias extintas. E mais uma vez não conseguiram encontrar semelhanças. 

A pesquisa ainda destacou um problema frequente dentro dos estudos de fósseis de plantas antigas (especialmente aquelas que viveram há menos de 65 milhões de anos): quando essas plantas são categorizadas dentro de famílias modernas, isso pode criar uma estimativa distorcida da biodiversidade em ecossistemas antigos.

"Há muitas coisas para as quais temos boas evidências para colocá-las em uma família ou gênero moderno, mas nem sempre é possível encaixar essas coisas", explicou Manchester.

Sem família definida

Os frutos fósseis da planta extinta que foram avaliados no novo estudo ainda ajudaram a descartar famílias como as das gramíneas e magnólias.

Usando um microscópio digital e iluminação aprimorada por computador, os pesquisadores ainda conseguiram encontrar novos detalhes da espécie: incluindo a anatomia interna da fruta e pequenas sementes em desenvolvimento que eles não haviam percebido durante observações anteriores.

Um desses pontos novos trata-se do estame; que nada mais é do que o órgão reprodutor masculino da flor. Na maioria das plantas, quando a flor é fertilizada, os estames se destacam junto com as pétalas e o restante das partes da flor.

"E essa coisa parece incomum, pois está retendo os estames no momento em que tem frutos maduros com sementes prontas para se dispersar. Não vimos isso em nenhuma espécie moderna", disse o Dr. Manchester.

"É importante porque nos dá uma pequena pista sobre como esses organismos estavam evoluindo e se adaptando em diferentes lugares", finalizou Julian Correa-Narvaez, outro autor do estudo.

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