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Matérias / Calígula

Relembre o mosaico perdido de Calígula que virou mesa em Nova York

Uma das figuras mais debatidas da História carrega um episódio curioso: um antigo mosaico do imperador foi usado como mesa em Nova York

Redação Publicado em 25/08/2024, às 11h00

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Busto de Calígula (à esqu.) e o mosaico (à dir.) - Getty Images
Busto de Calígula (à esqu.) e o mosaico (à dir.) - Getty Images

Calígula, imperador romano que governou de 37 a 41 d.C., é uma figura histórica controversa, lembrado tanto por seus supostos atos de loucura quanto por suas extravagâncias. Sua reputação é marcada por relatos de execuções arbitrárias, nomeação de seu cavalo para um cargo político, autodeclaração como divindade e gastos exorbitantes em festas e orgias.

Embora muitas dessas histórias sejam amplamente divulgadas, há historiadores que questionam a veracidade das descrições mais sensacionalistas a respeito de Calígula. A historiografia moderna sugere que alguns desses relatos podem ter sido exagerados ou fabricados por seus inimigos políticos.

Navios luxuosos

Mas, um fato incontestável sobre o imperador é a construção de luxuosos navios que abrigavam algumas de suas lendárias festas. Essas embarcações foram encontradas afundadas no Lago Nemi, na Itália. Durante a década de 1920, Benito Mussolini, admirador declarado da figura romana, ordenou a recuperação dos destroços, informou a CBS News em 2021.

Detalhes do mosaico - Getty Images

Os artefatos recuperados foram exibidos em um museu próximo ao lago, no entanto, o local foi incendiado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Por sorte, nem todas as relíquias foram consumidas pelo fogo. Um mosaico, em particular, sobreviveu e reapareceu em um local inesperado: o apartamento de uma senhora norte-americana.

Ainda em 2021, Dario Del Bufalo, especialista em mármore e pedra antigas, explicou ao 60 Minutes, que o estado de preservação sugere que a peça teria sido roubada antes do incêndio ou estava numa coleção privada desde o momento em que Mussolini removeu a obra do lago.

A redescoberta

Dario fez a descoberta acidentalmente durante uma sessão de autógrafos em Nova York em 2013. O profissional incluiu uma foto do mosaico no livro, que tinha o pórfiro como tema. Assim, ouviu uma conversa casual que levou à revelação do mosaico no tampo da mesa de centro na sala de Helen Fioratti, dona de uma galeria de antiguidades. 

"Havia uma senhora com um rapaz com um chapéu estranho que veio até a mesa", explicou ao veículo Del Bufalo. "E ele disse a ela: 'Que livro lindo. Oh, Helen, olha, esse é o seu mosaico.' E ela disse: 'É, esse é o meu mosaico.'"

Fioratti havia comprado a peça na década de 1960 sem saber que era uma relíquia romana roubada. Em 2017, ao New York Times, ela explicou que, ao lado de seu marido, Nereo, comprou o mosaico de uma família italiana na década de 1960. Assim, trouxeram a peça exuberante para Nova York e a transforaram numa mesa de centro.

"Senti muita pena dela, mas não pude fazer nada diferente, sabendo que meu museu em Nemi está perdendo a melhor parte que passou pelos séculos, pela guerra, por um incêndio, e depois por um negociante de arte italiano, e finalmente pôde voltar para o museu", explicou Dario . "Essa é a única coisa que senti que deveria ter feito."

Registro do mosaico - Getty Images

Após uma investigação minuciosa, ficou confirmado que o mosaico havia sido roubado do museu italiano nos anos 1940. Em 2017, foi devolvido ao governo da Itália. Demonstrando sensibilidade, Del Bufalo queria presentear Helen com uma réplica do mosaico para que ela não ficasse sem sua amada mesa.