A vinheta aterrorizante é conhecida pelo país há 30 anos — mas as interrupções na programação acontecem há muito mais tempo
Em meio a uma programação conhecida pelos brasileiros; o "Plantão Globo" surge há décadas para noticiar fatos urgentes que ocorreram; munido de uma música marcante, conhecida por todo o país pela relação com episódios trágicos, ele interrompe as atrações da TV Globo e GloboNews simultaneamente em chamados especiais da Central Globo de Jornalismo.
A redação, por sua vez, entra em contato com as filiais da emissora em todo o país para estampar, em segundos, um jornalista ou repórter com um resumo do fato.
Dessa maneira, o jornalismo brasileiro ficou marcado com as intervenções abruptas do canal de Roberto Marinho — com a cuidadosa vinheta arranjada pelo designer Hans Donner e o músico João Nabuco.
Entrevistado por Fátima Bernardes em 2012, o compositor explicou o choque intencional da canção de abertura: “É muito pelo uso, ela só é usada quando tem algo realmente importante. Então isso faz com que acenda nas pessoas um sinal amarelo”. Porém, sua criação é um pouco mais antiga do que a clássica vinheta.
Em 1974, existia o Plantão Globo, como registrado pelo próprio site de memória da emissora, porém, tinha um padrão diferente. Era direcionado aos canais locais, inspirado em uma atração no início da década de 1970 chamada 'Globo em Dois Minutos', em horários pré-definidos na programação.
A primeira versão em “caráter extraordinário” da Globo ainda se chamaria Plantão JN, sendo muitas vezes estampado na tela com os dizeres “Extra” em letra maiúscula.
Um dos mais antigos plantões conhecidos com esse nome é um anúncio sobre bombardeios durante a Guerra das Malvinas, em 10 de maio de 1982. Na ocasião, houve apenas uma sobreposição de voz com um letreiro da interrupção, sem a aparição de um jornalista.
Nos anos seguintes, as aparições de jornalistas se fizeram presentes nos plantões — que também tiveram seus nomes modificados pelas faixas de horário e dia, sendo algumas vezes 'Plantão Jornal Hoje' e até 'Plantão Fantástico', aos domingos.
O 'Plantão da Globo' só tomou sua famosa forma no início da década de 1990; apesar de não ter data exata atribuída, o último 'Plantão JN' conhecido é o da prisão de Diego Maradona, em 26 de abril de 1991.
Menos de 30 dias depois, uma interrupção, já contando com o novo nome e com a vinheta chocante, noticiou o bombardeio de extremistas que vitimou o ex-primeiro-ministro da Índia, Rajiv Gandhi, em 21 de maio daquele ano.
Em reportagem da Agência Estado, em 2004, João Nabuco atribuiu a autoria 14 anos antes da entrevista, o que estimaria a produção, integração e treinamento para começar a ser reproduzida entre 1990 e 1991. As locuções com a imagem da vinheta estática foram interrompidas em 2008, sendo apresentadas por âncoras desde então.
A primeira vinheta, com coloração mais escura, foi posteriormente substituída pela versão mais conhecida, com o letreiro deitado sobre o logo e com contorno vermelho.
Com esse, foram noticiados os principais acasos da década de 90, como a morte de Lady Di,Ayrton Senna e os Mamonas Assassinas, sendo posteriormente remodeladas no século 21 para se adaptar à identidade visual da emissora.
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