Entenda como os sabores brasileiros encantaram Dom Pedro II
Dom Pedro II, antigo imperador do Brasil, realizou em 1881 uma impressionante viagem em Minas Gerais, lendo relatos do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que já havia viajado pela região décadas antes. A aventura durou de 26 de março a 30 de abril de 1881, e foi registrada pelo imperador em seu diário.
No diário de viagens de Dom Pedro II, é possível acompanhar suas considerações pelos lugares em que passou; como as cadeias, onde reclamou da higiene e do cheiro, as escolas, que receberam críticas quanto ao desempenho de professores e alunos, além lugares culturais, como o teatro e apresentações artísticas em outros locais.
No entanto, o que mais chama atenção nos relatos de Dom Pedro II é o encantamento do imperador com a região. Lá, ele escrevia sobre as belezas naturais da paisagem da região da Serra do Caraça — uma das várias que ele visitou durante a viagem —, e descrevia como se sentia ali.
No diário, se vê o encantamento com a beleza da paisagem do local, e ele também menciona a Cascatona, alegando ser "uma das mais belas castatas" que conhecia.
Desde que se começa a subir a Serra do Caraça cresce a beleza da paisagem e, do alto, descobre-se vastíssimo horizonte... [...] Uma das mais belas cascatas que eu conheço, que forma lençóis e tanque, e corre depois em fundo vale estreitado pelas montanhas. Nunca admirei lugar mais grandiosamente pitoresco do que este", escreveu Dom Pedro II em seu diário.
A região também é riquíssima em diversidade e riquezas naturais, sendo o Santuário da Caraça localizado no centro de 10 mil hectares de floresta protegida. A vida selvagem ainda conta, também, com cervos, mais de 340 espécies de aves, onças, antas, e o animal símbolo do parque, o lobo-guará, como informado pelo Globo Reporter.
No entanto, outra coisa que marcou o imperador durante a viagem, foi um banquete servido a ele e sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina. Para ser mais específico, o que conquistou o imperador, conforme repercutido pelo Globo Repórter e a CNN Brasil, foi um doce servido, chamado de 'pudim de gabinete'.
Diferentemente de um pudim tradicional, o pudim de gabinete conta com diversos ingredientes para seu preparo, incluindo muitas frutas locais, o que fez do doce cheio de sabores típicos da região, e acabou agradando muito o imperador.
Além disso, o nome foi dado pois, na falta de uma geladeira, as pessoas o guardavam em um tipo de armário, que era chamado de gabinete.
Ele ficava guardado em um armário, com o nome de gabinete, e ficou tão famoso que ficou com o nome do próprio armário: pudim de gabinete", explicou a pesquisadora em gastronomia do Senac-MG, Vanir Maria Fonseca Pedrosa, ao Globo Repórter em 2021.
O pudim conta com biscoitos Champagne, doce de cidra, doce de banana, doce de mamão, goiabada cascão, passas, frutas cristalizadas, ameixas secas, açúcar, leite, gemas de ovos, uma maçã e raspas de um limão.
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