Aos 21 anos, Vadim Shishimarin foi condenado à prisão perpétua em 23 de maio
Era 28 de fevereiro de 2022 quando o soldado Vadim Shishimarin, de 21 anos, atirou em Oleksandr Shelipov, 62, na vila de Chupakhivka, Ucrânia. Quase três meses depois, o sargento, conforme repercutido pela BBC News, fora condenado à prisão perpetua pelo episódio ocorrido durante o conflito que assombra o mundo.
O julgamento que definiu a condenação de Vadim fora iniciado em 13 de maio, diante de uma audiência preliminar. Retomado em 18 de maio, o dia seguinte já contava com o que a promotoria pretendia para o futuro do acusado: a pena máxima, conforme repercutido pelo O Globo.
O fatídico dia fora marcado pela viagem do jovem com outros quatro militares das tropas de Putin. Eles estavam num carro roubado depois que o comboio fora atacado na localidade próxima ao vilarejo de Chupakhivka, Sumy.
Durante o episódio que resultou na condenação, um dos combatentes teria falado para que Shishimarin atirasse no homem de 62 anos, pois, ele poderia denunciá-los. Ele, que andava de bicicleta, foi atingido pelo combatente e morreu no local, conforme repercutido pelo portal de notícias UOL com informações da ANSA.
O soldado admitiu o crime de guerra no dia 18 de maio, apesar de reiterar que cumpriu ordens. No momento, ele foi questionado sobre a culpa das acusações, que englobaram crimes de guerra e também homicídio premeditado. A agência de notícias, então, informou que ele respondeu 'sim'.
Na última sexta-feira, 21, conforme repercutido pela Agência Brasil, o jovem disse no tribunal que não tinha a intenção de matar o civil desarmado. Ele também enfatizou que se arrepende de seu ato.
"Eu me arrependo sinceramente. Eu estava nervoso no momento, eu não queria matar... foi assim que aconteceu", explicou Shishimarin.
A defesa do rapaz, feita por Vikot Ovsiannikov, reforçou que o soldado não tinha a intenção de matar a vítima. No tribunal, ele disse que Shishimarin somente deu o disparo depois de duas recusas. Além disso, ele também argumentou que somente um dos três a quatro disparos acertou Oleksandr.
Todavia, o que foi apresentado pela defesa não mudou a situação do então acusado. Afinal, Andriy Synyuk, promotor, reiterou que os argumentos ali apresentados não alteram a essência do brutal episódio.
O julgamento do soldado russo também fora marcado pelo pedido de perdão à esposa da vítima. No tribunal, Vadim falou diretamente com a mulher.
"Sei que você não poderá me perdoar, mas, mesmo assim, peço perdão" disse ele.
Serhi Agafonov, juiz responsável pelo caso, enfatizou que o tribunal não enxergava 'uma pena (mais branda)'.
"Dado que o crime cometido é um crime contra a paz, a segurança, a humanidade e a ordem jurídica internacional... o tribunal não vê a possibilidade de impor uma pena (mais branda)", disse Agafonov.
Anteriormente, conforme repercutido pelo O Globo, Moscou negou a autoria de crimes de guerra por parte de seus combatentes a partir do momento em que a Ucrânia fora invadida pela Rússia. Dmitry Peskov, porta-voz, declarou nesta segunda-feira, 23, que a nação de Putin está 'preocupada' com o que vai acontecer com o soldado condenado.