Militar admitiu ter atirado em civil desarmado no começo da invasão russa ao território
O primeiro soldado russo a ser levado a julgamento por crimes de guerra na Ucrânia desde que o país invadiu o território ucraniano foi condenado a prisão perpétua por ter matado um civil desarmado no início do conflito.
O militar Vadim Shishimarin, de 21 anos, admitiu ter atirado no homem de 62 anos que “morreu a poucos metros de sua casa”, como informou a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova.
A vítima, identificada como Oleksandr Shelipov, estava empurrando sua bicicleta nas proximidades da vila de Chupakhivka, na região de Sumy, em fevereiro deste ano. Shishimarin teria sido ordenado a atirar nele por um de seus superiores para que não fossem denunciados.
O soldado afirmou em depoimento que à princípio, se recusou a atirar, mas que acabou acatando a ordem depois de ser ameaçado por outro soldado. Eles temiam que, por estar ao celular, o homem pudesse relatar a localização deles, após roubarem um carro para fugirem de uma batalha em uma área próxima.
Para os promotores do caso, Shishimarin, que integra a 4ª divisão de tanques de Guardas Kantemirovskaya da Rússia, foi responsável por cometer um crime de guerra ao matar o civil desarmado que carregava uma bicicleta.
Ainda no tribunal, o militar falou com a viúva de Shelipov. Ela o questionou: "Por favor, me diga, o que você sentiu em relação ao meu marido?”. "Eu admito a culpa. Entendo que você não será capaz de me perdoar. Peço perdão pelo que foi feito”, respondeu ele.