Nietzsche faleceu em 1900 triste e silencioso, mas até hoje se discute a razão
Friedrich Nietzsche foi um dos mais relevantes e influentes filósofos do século 19, responsável por uma dura crítica aos valores ocidentais, ao platonismo, ao cristianismo, ao marxismo e a todas às outras correntes que ele denuncia como niilistas. Nietzsche também é famoso por ter morrido afundado na loucura, tendo confusões mentais desde o ápice de sua doença, durante o episódio do Cavalo de Turim.
O caso do cavalo ocorreu em 1889, quando o Homem do Bigode morava em Turim (Itália). Numa ocasião, quando andava em direção ao centro da cidade, ele se deparou com um cocheiro maltratando seu cavalo, chicoteando-o cruelmente. A cena teria atingido profundamente Nietzsche, que impediu o ato e abraçou o cavalo, debulhando-se em lágrimas.
Testemunhas declararam que, no momento do choro, Nietzsche murmurou palavras de difícil entendimento, no ouvido do cavalo. Depois desse caso, o filósofo nunca mais foi o mesmo, caindo numa espiral de destruição pessoal. Suas últimas palavras foram “Mãe, eu sou um idiota”, uma década antes de sua morte. Isso porque evento na Itália levou sua mente ao colapso. Nietzsche passou 10 anos em silêncio profundo.
Ainda se discute a origem da demência do pensador, que começou a se desenvolver a partir da década de 1880. No fim da vida, Nietzsche era praticamente um ermitão que escrevia seus aforismas isolado nas montanhas.
Em 1870, com o início da Guerra Franco-Prussiana, foi para a fronteira como enfermeiro, mas rapidamente acabou sendo impedido de trabalhar após uma série de crises de difteria, disenteria e cefaleia. Pelo mesmo motivo, foi afastado da universidade.
A partir de 1879, o pensador largou o mundo acadêmico e, quase cego, se dedicou à produção de suas obras. A partir de então, e com um grande ressentimento pela rejeição que sofreu da escritora Lou Salomé, passou a ser extremamente amargo e solitário.
Quando os sinais de demência apareçeram, seu sofrimento se torna muito claro nas cartas que escreveu para colegas próximos. Ele assinava sempre com títulos espalhafatosos como Dionísio, Anticristo e Crucificado. Nesse tempo, foi internado na Basileia e diagnosticado com Paralisia Cerebral Progressiva.
Existem duas teorias principais em relação à doença que matou Nietzsche, uma ligada aos médicos alemães que o diagnosticaram, e uma posterior a sua morte. A primeira indica o uso abusivo de drogas, principalmente o haxixe e o ópio, como forma que encontrou de automedicação. Há boatos de que houve dias em que o filósofo passou o dia inteiro fumando haxixe.
Outra hipótese está ligada à frequência com que o alemão frequentava cabarés, pois acreditava, num certo nível, que o aproveito contínuo dos trabalhos sexuais das prostitutas poderiam ajuda-lo. Segundo essa lógica, Nietzsche teria sofrido com a sífilis no final da vida, o que desencadeou a demência e a destruição do seu cérebro. O filósofo morreu em 25 de agosto de 1900.
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