Filho de um representante da monarquia, Napoleão Bonaparte foi uma importante figura durante a Revolução Francesa
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 08/11/2023, às 17h06 - Atualizado em 23/11/2023, às 10h49
Chegou aos cinemas aquele que promete ser um dos mais importantes filmes históricos do ano: 'Napoleão'. Dirigido por Ridley Scott e com o vencedor do Oscar, Joaquin Phoenix, dando vida ao importante general, o longa apresentará alguns dos momentos mais importantes e impressionantes da vida de Napoleão Bonaparte.
A produção, segundo a sinopse, vai acompanhar "as origens do comandante militar Napoleão e sua rápida ascensão. Uma visão através do prisma de seu relacionamento e muitas vezes volátil com sua esposa e por ser amor verdadeiro, Josefina."
A relevância do nome de Napoleão Bonaparte na história mundial se deve não só às suas numerosas conquistas e marcantes vitórias em nome do povo francês, como também a sua ascensão ao cargo de imperador.
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Antes de alcançar a glória, entretanto, Napoleão foi uma figura importante na Revolução Francesa (1789 - 1799), que derrubou a monarquia e destituiu, em 1792, o último rei, Luís XVI — que seria executado no ano seguinte. No entanto, a fama de figura revolucionária não o acompanhava desde sua origem. Entenda!
Antes de compreender o contexto em que Napoleão estaca inserido, é necessário conhecer a figura de seu pai, Carlo Maria Bonaparte, e a região em que nasceu: a ilha de Córsega.
Pouco mais de um ano antes do nascimento de Napoleão, em maio de 1768, a República de Gênova — na época, um Estado independente ao noroeste da península Itálica e, também, detentora da ilha — "vendeu a ilha da Córsega para Luís XV, rei da França", explica Celso Ramos, historiador e professor da Estácio, em entrevista exclusiva à Aventuras na História.
Com a chegada dos franceses em Córsega, surgiram movimentos contrários, incluindo adeptos à independência da ilha, que não queriam servir a novos senhores. Entre esses revolucionários, estava o homem cujo filho mudaria toda a História: Carlo Maria Bonaparte.
Entrincheirados nas montanhas no interior da ilha, os corsos resistiram por quase um ano, quando foram derrotados pelos franceses que fizeram valer sua superioridade numérica e melhores armamentos", explica Ramos.
No entanto, contrariando as expectativas de muitos, a administração francesa foi positiva: "Ansiosa pela pacificação dos nativos, anistiou rapidamente os revoltosos e iniciou uma fase de grandes investimentos visando a modernização da Córsega", detalha o historiador. O que os franceses queriam era construir uma base sólida de apoio com a população local, para assim conquistar maior influência pelo Mar Mediterrâneo.
No processo, então, Carlo Bonaparte aceitou bem a chegada dos franceses na região. E talvez até mais que isso, considerando-se que, mesmo já tendo lutado contra eles, tornou-se simpatizante da administração francesa e conseguiu avançar posições socialmente, a ponto de aproximar-se da Coroa e se tornar um representante da monarquia em Córsega.
Neste contexto, Napoleão Bonaparte viveu grande parte da sua vida não só como francês, mas como um nome da nobreza. Porém, com a chegada da Revolução Francesa, em 1789, e a ampliação do poder do "Terceiro Estado" — uma burguesia que crescia, formada por trabalhadores da cidade e do campo —, a força dos nobres, baseada em dinheiro e proximidade com a realeza, se tornou cada vez menor.
Ao mesmo tempo, o filho de Carlo, Napoleão, um jovem e leal oficial — considere que o oficialato era quase uma das poucas relevâncias que sobraram para a nobreza —, se viu dividido. Por um lado, tinha origem nobre, e por outro, um francês que "via com bons olhos a limitação do poder real pela Constituição e o consequente aumento da participação popular", acrescenta Celso Ramos.
Embora dividido por um momento, a dúvida não o atormentou por muito tempo. Quando a Constituição de 1791 se viu ameaçada, além de outras monarquias europeias se posicionando contra, Napoleão "se filiou a um clube de defesa da Constituição e lhe jurou fidelidade".
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Foi assim que, eventualmente, conquistou cada vez mais respeito e foi considerado herói pelos franceses. Ele venceu diversas batalhas ao longo de sua vida e, 2 de dezembro de 1804, foi coroado imperador dos franceses.