Antes de fundar a ideologia de extrema direita do fascismo, o italiano era um visionário do Partido Socialista, mas se decepcionou e mudou radicalmente de lado
Benito Amilcare Andrea Mussolini foi um importante político italiano, principalmente por sua participação na Segunda Guerra e por ter sido, durante anos, o ditador — Duce — da Itália fascista.
A carreira política de Mussolini foi marcada pela defesa do fascismo, do nacionalismo e do corporativismo, bandeiras importantes das políticas de extrema-direita no mundo todo. O italiano foi o grande pioneiro da implantação nacional do fascismo.
Porém, vendo essa carreira fortemente marcada pela defesa da direita, poucos sabem que antes de formar a doutrina direitista do fascismo, Benito Mussolini foi um socialista, ativamente militante e defensor das liberdades e dos projetos econômicos de esquerda, completamente contrários ao corporativismo da direita.
Mussolini nasceu numa família humilde de uma pequena vila de Predappio, onde viveu durante a infância. Ele era filho de Rosa Maltoni, professora primária, e Alessandro Mussolini, um ferreiro e agitado defensor do socialismo. Alessandro homenageou o revolucionário Benito Juárez ao batizar o filho.
Por influência do pai, Mussolini se tornou também um socialista revolucionário e nacionalista, admirador de Piscane, Mazzini e Garibaldi, grandes líderes de revoltas na Itália, além de Carlo Cafiero e Mikhail Bakunin, revolucionáriosanarquistas.
A partir de seus estudos, Mussolini também começou a se influenciar pela obra de Friedrich Nietzsche e, principalmente, de Georges Sorel, defensor do Sindicalismo Revolucionário — mais tarde, Mussolini fecharia os sindicatos italianos, submetendo-os a um Ministério federal.
Benito se tornou um militante político ainda jovem, no início do século 20, época de caos político na Itália e conflitos ideológicos bastante espinhosos. Mussolini entrou no Partido Socialista Italiano, grupo à esquerda dos sindicalistas e mais próximo do PCI —comunistas —, onde atuou diretamente no desenvolvimento do jornal Avanti!
A participação de Mussolini no partido foi harmônica por pouco tempo. Com o início da Grande Guerra, Mussolini passou a defender a entrada do Reino da Itália no conflito, ao contrario da direção do Partido que era contra aquele gasto humano e econômico.
O nacionalismo de Mussolini o levou a defender arduamente a entrada na Guerra e o posicionamento do Avanti! em favor da participação. Pela rigidez de sua posição, Mussolini teve que abandonar o periódico, passando a defender a entrada da Itália na guerra no jornal que ele mesmo criou: Il Popolo d’Itália.
Foi nessa época que o futuro Duce começou a guinar seu pensamento do socialismo para o corporativismo nacionalista. A intriga com os socialistas, o aumento do sentimento nacionalista, a crise gerada pelos esforços de guerra e a criação de um sentimento megalomaníaco de adoração de sua própria imagem foram os principais fatores pessoais que levaram a essa guinada à direita no pensamento de Mussolini.
Após se tornar adepto do corporativismo antiliberal — característica do fascismo —, Mussolini se alistou no Exercito Italiano e foi ao campo de batalha contra os alemães, antigos aliados da Itália, e a Áustria-Hungria, se tornando sargento.
Com o fim da Guerra em 1918, a Itália estava completamente devastada — havia escassez de itens básicos de sobrevivência. Mesmo no lado dos vencedores, a Itália foi negligenciada no ano seguinte, durante o Tratado de Versalhes.
Mussolini se associou a grupos ligados a diversas camadas sociais para fundar o Fasci Italiani di Combattimento, grupo paramilitar em defesa do nacionalismo e de combate à esquerda que, anos depois, será transformado no Partido Nacional Fascista.
O nome dessa nova ideologia tem origem na ideia do feixe de palha mantido junto por uma tira de couro. O couro seria o Estado que mantém o povo em feixe, junto e ordenado, independente de sua vontade. O símbolo é uma antiga imagem usada no Império Romano apropriada por Mussolini.
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