De aprisionamento em convento a afogamentos: essas mulheres sofreram nas mãos do sanguinário czar
Ivan Grozny, ou ainda, Ivan IV Vasilyevich, ficou marcado na história pelo epíteto “o Terrível”, devido às brutalidades causadas contra o povo russo durante as campanhas de expansão asiática. No entanto, não só aos anônimos populares Ivan foi duro, pois conta-se que suas oito esposas sofreram na mão da insólita figura histórica.
Sua primeira esposa foi Anastasia Romanova, com quem se casou aos 16 anos, duas semanas depois de ser coroado Czar de Todas as Rússias, em 1547. Com ela, teve seis filhos, dos quais sobreviveram à infância apenas Ivan e Feodor: o primeiro foi morto pelo pai depois e o segundo tornou-se o segundo czar russo.
Durante o verão de 1560, Anastasia ficou doente de uma enfermidade desconhecida. Ivan trouxe os melhores médicos da região, mas ninguém conseguia curar seu quadro e a saúde se deteriorava a cada dia, o que fomentou uma grande paranoia no czar, que acreditava que ela havia sido envenenada. Combatendo supostas conspirações, ele mandou prender e torturar várias pessoas, até que Anastasia morreu, no fim da estação.
Antes de falecer, Anastasia alertou a Ivan para não se casar com uma pagã. Bom de conselho, foi exatamente o que ele fez: um ano depois, se casou com Maria Temryukovna, mandatária do grupo étnico circassiano. Tal comunidade não teve contato com o cristianismo na época.
Aparentemente, Ivan estaria preso à incapacidade de resistir à beleza de Maria, o que gerou diversos problemas. Não gostando dos próprios súditos, a nova esposa gerou confusões na corte, e era temida por acreditarem que se tratava de uma bruxa manipuladora.
Outro fator de distanciamento de Maria com o círculo moscovita é o fato dela provavelmente ser analfabeta e seguir com hábitos do interior. Não conseguiu se integrar à comunidade da capital, e tampouco ser madrasta dos filhos sobreviventes, apenas gerando mais um, Vasili, que morreu pouco tempo depois. O casamento durou oito anos até que, em 1569, Maria morreu subitamente, provavelmente por envenenamento (que nunca foi elucidado).
Ivan então saiu atrás de uma nova esposa, chegando a 12 pretendentes entre as quais escolheu a filha de um rico comerciante de Novgorod, Marfa Vasilevna Sobakina. Casou-se com ela e a trancou numa fortaleza cercada por funcionários de confiança. Ivan queria todo o cuidado para não perder o novo casamento: em vão, afinal, ela morreu após alguns dias, aos 19 anos, provavelmente envenenada. A paranoia do czar atingiu níveis inimagináveis.
Contra a moral estabelecida pela Igreja Ortodoxa, que proíbe um quarto casamento, Ivan foi atrás de uma substituta para Marfa, encontrando Anna Alexeievna Koltovskaya, com quem consumou casamento em 1572 sem consentimento da igreja. Porém, em pouco tempo, Ivan descobriu que a nova esposa era infértil e a mandou para passar o resto da vida num convento.
Sua quinta esposa, por sua vez, tem uma trajetória pouco conhecida. O que se sabe é que seu nome era Anna Vasilychikova e o casamento ocorreu em 1575, terminando em menos de um ano com a nova mulher entrando num mosteiro.
Foi em 1579 que aconteceu seu casamento mais famoso: com Vasilisa Melentyev, viúva de um príncipe moscovita. Porém, longe de ser o casamento mais frutuoso, foi ela quem acirrou a espécie de maldição que carregava o marido.
O que não ajudou a Número 6 foi o caso que ela teve com um outro príncipe, Devletev: ao descobrir o adultério, Ivan teve um surto e a mandou apodrecer num convento, mas não sem antes assistir à dolorosa sessão de tortura que acabo no empalhamento do outro homem. Vasilisa morreu meses depois.
Sua sétima esposa apareceu um ano depois, sendo escolhida por sua descendência nobre de um dos fundadores de Moscou, Yuri de Kiev. Seu nome era Maria Dolgorukaya, que não suportava nem Ivan nem seus filhos, apelando para um amante. Quando Ivan descobriu, não foi muito misericordioso: a afogou num lago.
Em 1581, então, Ivan se casou com sua oitava e última esposa, Maria Nagaya, quando tinha 51 anos. Maria lhe pariu um novo filho, Dimitri, e se manteve com ele até a morte do czar em 1584.
Depois, foi mandada para o exílio, antes de o filho morrer por causas misteriosas. Maria foi acusada de negligência e mandada para o monastério, só podendo sai de lá após reconhecer um falso Dimitri numa conspiração para tomar o trono. Ela viveu até 1603, depois de renunciar a todos os cargos com a morte do impostor.
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