Tanto a governo americano, o FBI, a CIA, a máfia, a polícia de Memphins foram acusados por dar fim a vida do ativista negro
Seu nome, importância, lutas, conquistas e discursos foram fincados na história para a posteridade, além de marcarem uma geração. Basta dizer a frase “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”, em português), que sua figura logo é descoberta. Martin Luther King Jr. Um afro-americano que foi pastor protestante batista, ativista político estadunidense e prêmio Nobel da Paz. Inconfundível.
Sua labuta para confrontar as disparidades existentes nos direitos políticos para negros foram notórias, pois conseguiu mobilizar os ânimos das minorias e tocar no âmago dos injustiçados para acender a fagulha da esperança, da equidade e da resistência. No entanto, sua biografia nem sempre é célebre e luminosa, ao contrário, sua morte é obscura — confusa por existir inúmeras teorias que a ocasionaram.
O dia era 4 de abril de 1968, às 18 horas, pouco antes de uma marcha que faria, quanto num hotel da cidade de Memphis, estado americano do Tennessee, King, indo até a varanda de seu quarto, foi alvejado no rosto por um tiro. No momento ficou inconsciente, mas posteriormente veio a falecer no St. Joseph’s Hospital. Deu-se início a caçada para descobrir quem foi o seu assassino.
O nome do possível culpado era James Earl Ray, que estava no Reino Unido quando foi preso em julho de 1968, e deportado para os Estados Unidos. Suas digitais estavam na arma que foi encontrada pelos policiais, testemunhas disseram tê-lo visto no dia do crime, e ele até chegou a confessar o delito; o necessário para encerrar o caso e autenticar Ray como acusado. Se não fosse o fato de que ele depois desmente essa versão contada aos oficiais, e a família de Martin acreditar que o sujeito seria inocente do crime.
Criou-se, portanto, uma teoria que envolveu tanto o governo americano, o FBI, a CIA, a máfia, a polícia de Memphis, um comerciante e até uma pessoa misteriosa chamada Raul. Esse último seria um conhecido de James quando este estava Montreal, no Canadá, 12 meses antecedentes ao crime. Raul, de acordo ele, teria adquirido um rifle 30.06 Remington, que usado no disparo contra King. Sobre essa versão ninguém nunca conseguiu conferir veracidade.
Para adoçar a problemática de que não existia um suspeito em específico, mas suspeitos implicados, a hipótese de que agentes legais estavam envolvidos ganhou força. Isso porque em 1993, Loyd Jowers, um sujeito que apareceu no programa Prime Time Live, da ABC, declarou que tanto ele, como as agências do governo e a polícia local, foram envolvidos na morte do ativista. Nessa constatação, Ray seria apenas um “laranja” que foi utilizado para ser incriminado visando despistar os verdadeiros culpados.
Jowers, afirmou ainda, que teria sido um policial que teria se camuflado em um arbusto para matar Martin. Sendo esse policial o encarregado de entregar a arma para Raul. Depoimento contestado e desmentido pela sua família e pelo governo, que pontuaram que seu intento em dizer aquilo era apenas conquistar fama e dinheiro. Com isso, o advogado da família King, protocolou uma acusação de 4.000 páginas, com várias testemunhas, contra governo dos Estados Unidos, FBI, CIA e a polícia de Memphis pela morte de seu cliente.
Em 1999, o júri acata essa narrativa concordando que o óbito do Nobel da Paz foi consequência de uma conspiração entre esses agentes, mas em 2000 o Departamento de Justiça americano indefere a conclusão do júri por considerar existir “falta de evidências”.
Independentemente disso, ainda que 52 anos tenham se passado desde o falecimento do militante dos direitos políticos, sua missão, bem como, todas as suas palavras acopladas pelo anseio de um mundo melhor, conseguiram permanecer mesmo após as inúmeras teorias aqui descritas. Um mundo onde todos sejam respeitados por aquilo que são, e que tenham direitos igualitários garantidos pela lei.
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