Em 1973, o demônio Pazuzu assombrou a todos com sua menção em clássico do terror; sua origem, porém, é bem diferente
Na próxima quinta-feira, 12 de outubro, um dos mais aguardados filmes de terror do ano chegará aos cinemas de todo o Brasil: 'O Exorcista - O Devoto'. Dirigido por David Gordon Green, o longa acompanha Victor Fielding, que "ao notar que sua filha Angela, e sua amiga, Katherine, mostram sinais de possessão demoníaca, decide confrontar o mal", segundo a sinopse.
No entanto, por mais que a premissa já seja interessante, a principal razão para a produção ser assim tão aguardada é o fato de ela se tratar, na verdade, de uma "continuação" de um dos mais clássicos longas do gênero já feitos: 'O Exorcista', lançado em 1973 e dirigido por William Friedkin. E inclusive o novo filme conta com o retorno de Ellen Burstyn em seu mesmo papel de cinco décadas atrás, a mãe da menina possuída, Chris MacNeil.
Grande parte do público que assistiu 'O Exorcista', em todos esses 50 anos desde seu lançamento, teve alguma dificuldade de tirar de sua mente algumas cenas. E de fato, as cenas de Regan levitando em meio ao exorcismo, se masturbando com um crucifixo e especialmente virando a cabeça a 180º marcaram toda a cultura pop.
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No entanto, por mais que as cenas com a pequena Regan MacNeil sejam as mais amedrontadoras, o verdadeiro vilão da história teve poucos segundos, em todo o filme, de tela: Pazuzu. No longa, onde ele é referido simplesmente como uma entidade ancestral maligna, é possível vê-lo em cenas bastante curtas, aparecendo geralmente apenas de relance.
No filme, Pazuzu é apresentado de maneira bastante simples, como um velho conhecido do padre Merrin, e um simples demônio que foi libertado acidentalmente e busca incessavelmente por sangue.
No entanto, o "verdadeiro" Pazuzu tinha uma fama bastante diferente entre os povos que o criaram: os sumérios, a mais antiga civilização da região da Mesopotâmia. No passado, a entidade — também referenciada como Fazuzu ou Pazuza — era uma personificação do vento sudoeste, considerado destrutivo e perigoso, e rei de todos os outros demônios do vento, trazendo seca, fome e pragas.
Apesar disso, os antigos mesopotâmicos também acreditavam que ele servia como uma espécie de repelente de outros demônios — como a deusa maligna Lamastu, um demônio feminino que se alimentava das crianças recém-nascidas —, salvaguardando o lar sob sua influência. Por isso, naquela sociedade amuletos retratando-o eram colocados no pescoço de mulheres grávidas, para protegê-las durante o parto.
Da mesma forma como representado em 'O Exorcista', entre os sumérios Pazuzu era retratado — como já visto em pequenas estatuetas — como um ser cujo corpo era a combinação de humano e vários animais.
Geralmente, segundo o site Screen Rant, com corpo em forma canina (sem pelos), cabeça de cachorro ou leão, garras de pássaro nos pés, dois pares de asas, cauda de escorpião e uma serpente como pênis; além do mais, sempre com a mão direita para cima, e a esquerda para baixo.
Logo, percebe-se que entre os antigos mesopotâmicos, Pazuzu era visto de maneira bem diferente daquela como aparece em 'O Exorcista'. Mesmo que associado à peste, não acreditavam que ele fosse malicioso; e a entidade tampouco realizava possessões.