Charles, que assumiu o trono após a morte da rainha Elizabeth III, conta com polêmicas em sua trajetória
Em setembro, a rainha Elizabeth II faleceu aos 96 anos de idade, após um reinado de sete décadas, o mais longo da história da Inglaterra. Com isso, o país tem um novo monarca: o trono está sendo assumido por Charles, o filho mais velho de Elizabeth e do príncipe Philip, que faleceu em abril de 2021.
O novo governante, todavia, não tem grande popularidade entre o público, o que se deve à série de polêmicas nas quais esteve envolvido no decorrer de sua vida, incluindo seu casamento problemático e divórcio controverso com a princesa Diana na década de 90.
Completando 74 anos nesta segunda-feira, 14, Charles se tornou pessoa mais velha a assumir o trono inglês. Confira abaixo alguns dos eventos mais polêmicos de sua trajetória até aqui.
Durante o funeral do Papa João Paulo II, que ocorreu em 2005, o então príncipe de Gales foi visto apertando a mão de Robert Mugabe, um líder autoritário que já governava o Zimbábue havia quase vinte anos àquele ponto. Sua gestão era ainda alvo de críticas internacionais por conta de supostas violações de direitos humanos, e por isso o episódio imediatamente se provou um fiasco de relações públicas.
"O príncipe Charles aceitou uma mão manchada com o sangue dos zimbabuenses e agora ele tem esse sangue em suas próprias mãos. Mugabe anseia por respeitabilidade e, apesar do que ele diz sobre o imperialismo britânico, ele anseia mais dos britânicos. Agora ele tem e pode falar sobre como apertou a mão do príncipe Charles em vez de seus quatro milhões de pessoas famintas", afirmou o político de oposiçãoPaul Themba Nyati na época, segundo repercutido por uma matéria de 2005 do The Independent.
Já em 2007, veio a público que Charles havia investido milhões de libras em uma empresa localizada em um paraíso fiscal, isto é, em um território em que é possível fazer transações bancárias de forma anônima.
A situação foi tornada ainda mais controversa pelo fato de a companhia em que o dinheiro do príncipe de Gales foi injetado já ser conhecida, anteriormente, por já ter pressionado políticos a mudarem acordos globais de proteção ao meio ambiente.
Uma polêmica recente a ter manchado a reputação de Charles envolve a família de Osama Bin Laden, o falecido fundador da Al-Qaeda, grupo radical islâmico responsável pelo atentado às Torres Gêmeas nos EUA.
Segundo uma reportagem do The Sunday Times de julho de 2022, os parentes do líder terrorista se reuniram com o integrante da família real britânica em 2013, ocasião durante a qual fizeram uma doação de 1 milhão de libras à instituição de caridade administrada pelo príncipe.
Também neste ano, foi revelada outra interação semelhante por parte do filho da rainha Elizabeth II, desta vez com Hamad bin Jassim bin Jaber al-Thani, um ex-primeiro-ministro do Qatar que já foi considerado suspeito de financiar atividades terroristas, de acordo com o The Telegraph.
O político sênior teria entregue uma mala de dinheiro contendo 2,6 milhões de libras para Charles, mais uma vez com o objetivo de que esses fundos fossem colocados na Prince of Wales's Charitable Fund (PWCF), a fundação beneficente do britânico.
A ONG chegou a ser alvo de uma investigação policial após ser acusada de oferecer condecorações honorárias e uma cidadania no Reino Unido para Mahfouz Marei Mubarak bin Mahfouz, um bilionário da Arábia Saudita, em troca de doações.
A apuração concluiu, todavia, que não havia evidências suficientes para dizer que Charles estava ciente desta proposta.