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Matérias / Coreia do Norte

Existe natal na Coreia do Norte?

O nebuloso país, que tem um dos governos mais autoritários do mundo, celebra a data de uma maneira insólita

Caio Tortamano Publicado em 16/12/2019, às 14h18

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Kim Jong Un em uma imagem natalina fictícia - Free Commons
Kim Jong Un em uma imagem natalina fictícia - Free Commons

Em um dos regimes atuais mais repressores do mundo, a Coreia do Norte não incentiva a população a seguir crenças religiosas e, por isso, o Natal passa quase despercebido no país.

O país asiático faz o impossível para que os feriados religiosos não cheguem aos ouvidos dos habitantes, e a maior parte das pessoas não faz ideia das tradições natalinas comemoradas e replicadas em grande parte do mundo na virada de 24 para 25 de dezembro.

Em entrevista para o portal Business Insider, Kang Jimin viveu seus primeiros 20 anos no país, já sob o regime autoritário atual, e afirma: "Não existe Natal na Coreia do Norte. Eu mesmo só fui descobrir quando fugi do país".

O natal é (em seu princípio) o nascimento de Jesus Cristo, e a Coreia do Norte não cultua imagens religiosas, a não ser os nomes da família do líder supremo Kim Jong-un, que está no poder desde 1948.

Diante disso, o mais próximo que eles celebram no próprio dia 24 do último mês do ano é o nascimento de Kim Jong-Suk, falecida avó do atual ditador. 

Na data, devotos da família peregrinam para uma cidade ao nordeste do país chamada Hoeryong, local de nascimento da falecida líder. "Mesmo que o nascimento de Kim Jong-un e seu pai Kim Jong Il sejam comemorados", afirma o refugiado norte coreano.

O nascimento da matriarca é também uma forma de ocupar a data cristã nos calendários dos coreanos.

Por mais que o país proíba (e até reprima) manifestações religiosas por parte dos seus cidadãos, existem cinco igrejas católicas controladas e sancionadas pelo próprio Estado Norte Coreano. Praticamente teatral.

As pessoas que moram no país encontram dificuldades para frequentar esses locais, a menos que sejam turistas. Isso porque templos são utilizados pelo governo na tentativa de provar que o país é livre e nada autoritário.

Desse modo, são realizadas celebrações de Natal somente para visitantes estrangeiros, longe dos olhos da população norte coreana em ambientes controlados e restritos.

A questão natalina chegou a causar (mais um) problema diplomático com a Coreia do Sul. Durante a festividade, uma base sul coreana, localizada na fronteira, monta uma grande árvore de natal cintilante, com uma bela cruz no topo.

Com essa "provocação", habitantes da Coreia do Norte que moram perto da fronteira poderiam contemplar a árvore. O governo do país autoritário afirmava que o ornamento natalino estava sendo utilizado com uma arma ideológica, exigindo que o motivo do conflito fosse removido ou eles derrubariam a tiros.

A ameaça foi feita em 2014 e, até hoje, não surtiu efeitos.


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