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Matérias / Personagem

Archibald Gracie IV, o herói pouco lembrado do naufrágio do Titanic

Ao se deparar com o naufrágio da icônica embarcação, suas orientações ajudaram dezenas de mulheres e crianças

Fabio Previdelli Publicado em 12/04/2020, às 10h00

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Archibald Gracie IV, sobrevivente do RMS Titanic - Wikimedia Commons
Archibald Gracie IV, sobrevivente do RMS Titanic - Wikimedia Commons

No dia 10 de abril de 1912, o coronel Archibald Gracie IV embarcou em uma viagem que mudaria para sempre sua vida. Durante o percurso, o incansável contador de estórias dividiu seu tempo entre cortejar as mulheres solteiras e narrar seus causos para seus amigos. Apesar da inventividade e do bom vocabulário, Archibald jamais seria capaz de imaginar que o vivenciou seria possível, afinal, muitos acreditavam que o RMS Titanic era inafundável.

No dia 14 de abril, ele despertou e decidiu que havia deixado sua saúde de lado desde o início da viagem e, por isso, resolveu que passaria algum tempo fazendo exercícios físicos. Além disso, Gracie também participou de um ritual religioso, almoçou mais cedo e passou o resto do dia lendo e socializando. Archibald decidiu que dormiria mais cedo para no dia seguinte repetir sua agenda.

Porém, uma forte sacudida o despertou por volta das 23:45. Ao se sentar na cama, percebeu que os motores do navio não estavam mais funcionando e prontamente se vestiu. Ao chegar no convés, notou que a embarcação estava adernando um pouco e logo voltou para sua cabine, onde colocou seu colete salva-vidas.

RMS Titanic partindo de Southampton / Crédito: Wikimedia Commons

Ao sair de novo, se deparou com algumas mulheres que já havia conversado anteriormente. Gracie não hesitou em levá-las até o Convés do Botes e se certificar que elas embarcariam no bote salva-vidas. Ele também buscou alguns cobertores para as moças e, junto com seu amigo Smith, orientou o Segundo Oficial Charles Lightoller a usar os botes restantes para o transporte de mulheres e crianças.

Após o último bote comum ser lançado ao mar, às 1:55 do dia 15, Archibald e Smith ajudaram Lightoller a retirar outros quatro botes desmontáveis que ficavam presos no topo dos quartos da tripulação. Após muito esforço, o trio conseguiu liberar os desmontáveis “A”, “C” e “D”. Ao tentar remover o “B”, a ponte de comando foi varrida pelo mar e o bote jogado à deriva.

“Meu amigo Clinch Smith propôs que devíamos sair e ir para a popa. Mas surgiu diante de nós dos decks inferiores uma massa de humanidade com várias linhas de profundidade convergindo para o convés dos botes de frente para nós e bloqueando completamente nossa passagem para a popa. Havia mulheres na multidão bem como homens e estes pareciam ser passageiros da terceira classe que tinham acabado de subir dos decks inferiores. Mesmo entre essas pessoas, não havia choro histérico, nenhuma evidência de pânico. Oh, que agonia”, relatou Gracie posteriormente.

Archibald Gracie IV, o herói sobrevivente do naufrágio do Titanic / Crédito: Wikimedia Commons

À medida que o navio afundava, uma corrente de água puxava Archibald para baixo. Então,  Gracie pulou do navio, se afastou da embarcação e subiu na superfície do desmontável “B”, que estava de cabeça para baixo. Outros homens que estavam boiando na água repetiram o ato — entre eles não estava Smith, que desapareceu e seu corpo jamais foi encontrado.

Conforme o frio e a exaustão os assolava, a dificuldade em se manterem na quilha escorregadia aumentava. Ao amanhecer, a luz natural permitiu que embarcações de suporte os encontrassem. Ao ser resgatado, Archibald estava tão exausto que não conseguiu saltar para dentro de outro bote e teve que ser puxado. Ele desembarcou em Nova York a bordo do Carpathia.

Sua primeira atividade realizada em terra firme foi escrever um livro sobre tudo o que vivenciou. Assim, em 1913, foi publicado The Truth about the Titanic. Apesar do desabafo literário, Gracie jamais se recuperou da provação, que lhe ocasionou algumas sequelas.

Como era diabético, a hipotermia afetou seriamente seu estado de saúde e o herói acabou não resistindo a complicações da enfermidade. Archibald Gracie IV morreu em 4 de dezembro de 1912, quase oito meses após o naufrágio.

A lápide de Archibald Gracie IV / Crédito: Wikimedia Commons

Ele foi o primeiro adulto sobrevivente a tragédia a morrer. Por ser muito querido, seu funeral contou com a participação de muitos amigos, familiares e sobreviventes. Mesmo postumamente, sua escrita se tornou uma das grandes referências sobre o naufrágio do RMS Titanic.


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