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Matérias / França

O luxo que engana: A imundice do Palácio de Versalhes

Conhecida por sua extravagância, a corte do monarca tinha uma rotina reprovável — que vão contra qualquer hábito de higiene atual

Caio Tortamano Publicado em 18/03/2020, às 08h00

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Frente do Palácio de Versalhes - Wikimedia Commons
Frente do Palácio de Versalhes - Wikimedia Commons

Apesar do luxo exorbitante que caracterizava a construção e a vida no Palácio de Versalhes, que iam, inclusive, em contramão com a situação que a população francesa vivia, o local não era sinônimo de higiene. 

Apesar do mito que diz que o Rei Luís XIV tomou somente dois banhos ao longo de toda sua vida, o monarca se banhava em dispositivos portáteis. Para a Madame de Montespan, o Rei Sol tinha uma banheira octogonal com água parada. 

Era frequente o que conhecemos hoje como "banhos de gato", geralmente com panos secos ou com álcool, mas sem se banhar propriamente.

Em livros farmacêuticos da época, diversas eram as receitas para bálsamos e tinturas que serviam para acabar com mau hálito e o chulé. Os dentes eram cuidados o máximo possível, mas a maioria das medidas não eram tão eficazes.  Além disso, o açúcar era um artigo de luxo, que a nobreza o consumia em excesso.

Rei tinha um péssimo hálito, muito por conta de uma particularidade em sua mandíbula, que fez com que já nascesse com dois dentes na boca.

O Rei Sol, Luís XIV / Crédito: Wikimedia Commons

Entre perfumes e sachês

O inevitável fedor dos ricos era amenizado com fortes perfumes. Luís, quando mais jovem, usava perfumes de maneira desenfreada, porém, com o passar dos tempos, sua preferência por cheiros menos fortes começou a florescer, e passou a ficar enjoado cada vez que sentia o aroma. Certa vez, Madame de Monstespan ela e o rei discutiram na carruagem por conta de seu forte aroma de perfume. A essência predileta do Rei Sol era, certamente, a de flores de laranjeira.

Os perfumes tinham outra função fundamental no Palácio, o de disfarçar os aromas sórdidos.

Os quartos abrigavam potes dedicados aos excrementos dos residentes, que eram simplesmente jogados pelas janelas. Em visitas oficias, os nobres poderiam usar esses vasos sanitários móveis.

Apesar dos excessos da realeza com os luxos de quem vivia no Palácio, a higiene realmente não era o ponto forte do lugar. Luís morreu aos 76 anos, bem além da expectativa da época, e, certamente, tomou mais do que três banhos nesse tempo todo.