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Notícias / Brasil

Vice-diretora-geral da OMS reforça não há relação entre o HIV e imunizantes contra a covid-19

O presidente Jair Bolsonaro fez uma associação falsa durante live realizada na última quinta-feira, 21

Redação Publicado em 26/10/2021, às 14h27

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À esquerda, profissional de saúde prepara seringa; à direita, Jair Bolsonaro em fotografia - Getty Images
À esquerda, profissional de saúde prepara seringa; à direita, Jair Bolsonaro em fotografia - Getty Images

A vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, explicou nesta terça-feira, 26, que não há relação entre o vírus HIV e as vacinas contra a Covid-19. A declaração se fez necessária após o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado durante live em seu canal no YouTube que os imunizantes favoreceriam o desenvolvimento da Aids.

Após a divulgação da notícia falsa, o vídeo foi derrubado da plataforma. Em seguida, as redes sociais Facebook e Instagram também excluíram o conteúdo.

Em entrevista à CNN, Simão desmentiu as afirmações do governante.

“Não há nenhuma relação entre a infecção pelo HIV e as vacinas. Uma das coisas que têm caracterizado essa pandemia não é só a politização, mas a infodemia, que é uma epidemia de informações errôneas, falsas e desencontradas e que acabam criando insegurança nas pessoas”, declarou a vice-diretora-geral.

“O HIV e SARS-CoV-2 são vírus que funcionam de forma diferente e têm transmissão diferente. Um é via sexual [sem preservativos] e o outro é via respiratória. As manifestações clínicas também são diferentes, uma causa doença crônica e que precisa tratamento continuado e outra causa uma doença aguda”, finalizou.

'Vários equívocos'

Em entrevista à Máxima, Fábio Jennings, médico reumatologista da Universidade Federal de São Paulo e membro Executivo da Sociedade Brasileira de Reumatologia, classificou a fala de Bolsonaro como “no mínimo irresponsável”.

"O presidente da república durante uma live semanal citou um suposto estudo britânico que associaria as vacinas contra o Sars-Cov-2 com 'desenvolvimento mais rápido da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)'. Nessa fala do presidente vários equívocos podem ser apontados”, diz o reumatologista, que participou do estudo da vacina de Oxford no Brasil — à época, ele foi entrevistado pela equipe do site do Aventuras na História

"Não existe nenhum estudo associando as vacinas para Sars-Cov-2 com o desenvolvimento de infecção ou aceleração de casos de AIDS. Essa notícia foi retirada do ar por autoridades do Reino Unido por se tratar de informação falsa”, continua Jennings