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Notícias / Estados Unidos

Veredicto do julgamento de George Floyd volta a ser discutido por jurados

Após quase um ano do caso, voltam a ser discutidas as conclusões finais em Minneapolis

Vinicius Barbosa, supervisionado por Thiago Lincolins Publicado em 20/04/2021, às 09h29

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Artistas de rua homenageiam George Floyd - Wikimedia Commons
Artistas de rua homenageiam George Floyd - Wikimedia Commons

Nesta terça-feira, 20, os 12 jurados do caso George Floydse reúnem para a possibilidade de chegar a um veredicto sobre as acusações de Derek Chauvin, segundo o portal de notícias UOL. O policial de 45 anos pressionou por 9 minutos o pescoço do homem com seu joelho, em maio de 2020.

Na última segunda-feira (19), foram apresentadas as considerações finais pela Promotoria e a defesa no tribunal de Minneapolis. 

São três acusações sobre Chauvin: homicídio doloso (quando há a intenção de matar), culposo (quando não há a intenção) e de assassinato de terceiro grau (semelhante à lesão corporal seguida de morte na Justiça brasileira).

Pode ser que o júri se pronuncie somente em algumas horas ou até mesmo dias, sendo que ontem já haviam feito o mesmo, porém suspendendo os trabalhos sem chegar a uma conclusão. 

A bancada dos jurados é formada por seis pessoas brancas, quatro negras e duas mulheres que se consideram multirraciais. Os cinco homens e sete mulheres entre 20 e 60 anos têm de concordar com unanimidade com o resultado e, caso não seja possível, o julgamento pode ser anulado e os promotores poderão reiniciá-lo.

O ataque e a defesa

A Promotoria apresentou 30 depoimentos de acusação. O promotor Steve Schleicher disse que todos presentes na cena pediram para o policial parar, inclusive uma criança de 9 anos, e que por 9 minutos e 29 segundos, George falou 27 vezes que não conseguia respirar. 

Steve também destacou que Chauvin teve diversas oportunidades para interromper a abordagem, mas não foi comovido por nada. 

Já a defesa do policial trouxe testemunhas para depor no último dia de audiência. O advogado, Eric Nelson, afirmou que Floydresistiu por 16 minutos antes de ser imobilizado, obrigando o uso da força.

Também insistiu nos problemas com drogas e cardíacos da vítima, que foram os fatores causadores da morte do homem de 46 anos. Finalizou com a afirmação de que a grande quantidade de pessoas ao redor de Chauvin o distraiu e que foram feitos exatamente os protocolos treinados pela polícia — mesmo com membros da força dizendo o contrário.

Estima-se que o tempo de prisão possa chegar a até 40 anos, por serem três acusações diferentes. Derek se recusou a depor no tribunal.

A importância do julgamento

A questão da brutalidade contra negros é uma luta que vem antes de Floyd, e que permanece mesmo após a sua histórica e simbólica morte. A decisão dos jurados nada mais é que um reflexo do pensamento americano em relação a esse racismo estrutural presente no país. A repercussão do caso pode ser tanta que é possível (ou não) haver grandes mudanças nas normas e políticas das forças, dando margem a reformas. 

Minneapolis já vem tendo protestos desde a semana passada, com uma nova morte de um negro por uma policial branca.Daunte Wright foi assassinado por Kim Potter, que diz ter confundido seu taser elétrico com sua arma de fogo, disparando contra o jovem e reacendendo a chama dos protestos na cidade e em diversos outros estados americanos. 

Protestos realizados em Minneapolis na última semana após a morte do jovem negro Daunte Wright/Créditos: Getty Images

São esperadas novas manifestações, independente do resultado, tendo a presença da Guarda Nacional como reforço de segurança. O tribunal de Minneapolis está cercado, as lojas protegidas e até as aulas foram suspensas, todos estão mobilizados pela história do país sendo feita no tribunal.