Embora a variante possa escapar da primeira e segunda dose, o mesmo não aconteceria com o reforço do imunizante
Um novo estudo sobre a variante Ômicron (B.1.1.529) da Covid-19, realizado por cientistas das universidades de Cambridge, na Inglaterra, e Tóquio, no Japão, apontou que ela pode não ser combatida com duas doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca.
No entanto, uma terceira dose da Pfizer pode ser eficaz contra a nova cepa. Os resultados foram divulgados na última segunda-feira, 20, mas ainda não foram revisados por pares.
Conforme informaram os pesquisadores, foram testados "pseudovírus" em amostras de sangue doadas ao banco NIHR BioResource, do Reino Unido, todas elas vindas de pessoas que receberam duas doses do imunizante da AstraZeneca ou da Pfizer.
De acordo com a revista Galileu, os anticorpos da maior parte dos doadores vacinados com a vacina da AstraZeneca não foram capazes de neutralizar o vírus sintético. Mais tarde, a mesma constatação foi feita com a utilização de vírus ativos.
Outra descoberta importante foi a de que a Ômicron, apesar de se replicar mais lentamente que as demais variantes, exige dez vezes mais anticorpos do que a Delta para que possa ser neutralizada.
Contudo, depois que os voluntários receberam a terceira dose da vacina da Pfizer, a neutralização do vírus aumentou tanto entre aqueles que haviam sido vacinados com duas doses da AstraZeneca quanto da Pfizer. Os cientistas agora investigam a duração dessa proteção.
“Indivíduos que receberam apenas duas doses da vacina — ou pior, nenhuma — ainda correm um risco significativo de Covid-19, e alguns desenvolverão doença grave”, afirmou Ravi Gupta, líder da pesquisa, em comunicado.