Mais de 70 execuções de pessoas ligadas ao governo anterior foram atribuídas ao Talibã
Em declaração realizada nesta terça-feira, 14, a ONU manifestou preocupação com as "execuções extrajudiciais" de ex-membros das forças de segurança afegãs e também de pessoas associadas ao governo anterior, que teriam sido realizadas pelos talibãs.
"Entre agosto e novembro, recebemos denúncias confiáveis de mais de 100 execuções de ex-membros das forças de segurança nacionais afegãs e de outras pessoas associadas ao antigo governo, das quais pelo menos 72 foram atribuídos aos talibãs", declarou Nada Al-Nashif, alta comissária adjunta para os Direitos Humanos, no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Estou alarmada com as persistentes informações sobre execuções extrajudiciais em todo país, apesar da anistia geral anunciada pelos talibãs depois de 15 de agosto", prosseguiu Al-Nashif. Ela ressaltou que, em muitos dos casos, "os corpos foram expostos em público, o que aumentou o medo entre uma parte significativa da população".
A alta comissária também destacou que, somente "na província de Nangarjar, parece ter havido pelo menos 50 execuções extrajudiciais de pessoas suspeitas de pertencerem ao Estado Islâmico do Khorasan (EI-K)".
Recentemente, a ONG Human Rights Watch publicou um relatório no qual documentou "assassinatos, ou desaparecimentos de 47 ex-membros das Forças Nacionais de Segurança afegãs", acusações essas que foram rejeitadas e consideradas "injustas" pelos talibãs. Eles alegam que as mortes se deram "por inimizades, ou por animosidades pessoais".