Medidas contra os direitos humanos de mulheres gerou manifestações nas redes
O grupo fundamentalista Talibã declarou que apenas os olhos de mulheres em programas televisivos do Afeganistão fiquem visíveis. A imposição foi feita às redes de televisão nessa quinta-feira, 19.
Como uma afronta do regime religioso aos direitos das mulheres, a ordem é que elas cubram todo o rosto e para isso podem utilizar máscaras cirúrgicas, comuns durante a pandemia. A regra deve ser iniciada oficialmente no domingo, embora muitas emissoras já a estejam cumprindo. As informações são do Portal G1.
"Ontem [quarta-feira] nos reunimos com autoridades da mídia. Elas aceitaram nosso conselho com muita satisfação", disse Akif Mahajar, porta-voz do Ministério do Vício e Virtude.
Em algumas regiões urbanas como Cabul, as mulheres não têm o costume de cobrir todo o rosto, sendo opcional apenas por motivos religiosos. Essa imposição do governo, é como a política do regime nos anos 1990. Foi decretada a volta do uso da burca de corpo inteiro fora de casa, como no último regime Talibã que foi de 1996 a 2001, no qual, o uso da burca azul era obrigatória.
Segundo o grupo, a ordem é “final e inegociável”. Aquelas que andarem descobertas, terão como punição a prisão ou demissão de empregos públicos de seu pai ou parente do sexo masculino mais próximo.
Além da repressão aos direitos humanos das mulheres no Afeganistão, o governo impôs severas restrições à mídia, como o banimento de meios estrangeiros como a BBC e a Deutsche Welle, por não conseguir controlar os conteúdos, especialmente as roupas usadas pelas mulheres.
Outras medidas como a proibição de que homens e mulheres frequentem parques públicos no mesmo horário, a obrigatoriedade de viagens com acompanhamento masculino e o impedimento do funcionamento de escolas secundárias femininas, repercutiram internacionalmente. E sanções dos EUA desde o governo Washington, tem contribuído para a miséria econômica do país.
O decreto para o cobrimento do rosto de mulheres no Afeganistão, gerou mobilizações nas redes sociais. A apresentadora Yalda Ali, postou um vídeo em seu camarim colocando a máscara. Na legenda escreveu: “Uma mulher sendo apagada, por ordem do Ministério do Vício e Virtude".
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Outras apresentadoras e âncoras também postaram vídeos de máscaras.