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Notícias / Amazônia

Suspeito de matar líder indígena em Rondônia é preso

Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi encontrado com marcas de espancamento em abril de 2020

Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 14/07/2022, às 11h06

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Ari Uru-Eu-Wau-Wau, líder indígena e professor - Divulgação/Associação Kanindé
Ari Uru-Eu-Wau-Wau, líder indígena e professor - Divulgação/Associação Kanindé

A Polícia Federal prendeu um homem suspeito de matar o líder indígena e professor Ari Uru-Eu-Wau-Wau, que foi encontrado morto com diversas marcas de espancamento em abril de 2020, em uma estrada em Tarilândia, distrito da cidade de Jaru, em Rondônia. A prisão aconteceu na última quarta-feira, 13.

A operação responsável pela prisão do assassino de Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi nomeada em homenagem ao líder indígena, e se chama Operação Guardião Uru — visto que a vítima era considerada como um guardião da floresta. Até o momento, não foi informado o nome do suspeito e nem onde foi capturado, mas se sabe que ele também é acusado por outros crimes.

Segundo informações passadas pela polícia, Ari Uru-Eu-Wau-Wau pode ter sido dopado antes de ter sido agredido até a morte. Na época, ele compunha um grupo de vigilância formado com a função de fiscalizar e denunciar quaisquer invasões à Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, como informado pela Folha de S. Paulo.

Ari Uru-Eu-Wau-Wau, líder indígena encontrado morto em 2020
Ari Uru-Eu-Wau-Wau, líder indígena encontrado morto em 2020 / Divulgação/Associação Kanindé

Revolta

A Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau e a de Defesa Etnoambiental do Kanindé disseram, em nota, aguardar por mais detalhes da prisão preventiva realizada na última quarta-feira, 13. Além disso, disseram torcer para que a Operação Guardião Uru auxilie na resolução de outros crimes na região.

O crime ocorreu em meio à falta de fiscalização, invasões de terras por grileiros, garimpeiros e madeireiros. Esperamos também que esta Operação Guardião Uru, nome dado em homenagem ao Ari, ajude a solucionar outros crimes cometidos na região", diz a nota.

As associações ainda apontaram as constantes ameaças de morte sofridas por outros indígenas e ativistas da região — como o caso recente de Dom Phillips e Bruno Pereira. Ainda acrescentam que constantemente são feitas denúncias relacionadas a dificuldades enfrentadas pelos povos, mas nenhuma providência é efetivamente tomada pelos órgãos responsáveis.

Txai Suruí, jovem de 24 anos e ativista do povo Paiter Suruí — também conhecida por ter discursado em inglês na abertura da COP26 em novembro de 2021, mais de um ano após a morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau — pediu por justiça em postagem em seu Instagram, onde falou sobre ter perdido o amigo:

Só quem viveu sabe a dor de perder alguém querido. Ainda mais quando essa perda acontece de forma violenta contra um protetor e guerreiro do seu território e povo", disse em postagem.