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Notícias / Crimes

Supervisora assume culpa na morte de estudante da USP

Em 2019, o jovem faleceu enquanto cumpria as ordens da funcionária, que foi acusada de homicídio culposo

Pamela Malva Publicado em 13/10/2020, às 18h00

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Imagem meramente ilustrativa de campus da USP - Divulgação/Agência USP
Imagem meramente ilustrativa de campus da USP - Divulgação/Agência USP

No dia 30 de abril de 2019, o estudanteFilipe Varea Leme, de 21 anos, foi encontrado sem vida em um elevador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Agora, a supervisora investigada no processo assumiu a culpa pelo ocorrido.

Segundo apurado pelo UOL, o aluno de geografia trabalhava como monitor de informática quando sua superior pediu que ele e mais um colega ajudassem outro professor. A tarefa se resumia em transportar alguns armários da faculdade.

Durante o trabalho, contudo, Filipe tentou levar alguns dos móveis no elevador da instituição e, preso entre os armários, acabou tendo seu pescoço esmagado. O corpo desacordado do jovem foi encontrado na mesma tarde.

Mais de um ano depois, a promotoria do caso entendeu que a morte de Filipe foi causada pela negligência da supervisora, que levou ao homicídio culposo. Em resposta, a acusada assumiu sua culpa e aceitou a pena de oito meses de serviço voluntário.

Tal desfecho, para a mãe de Filipe, é brando demais. Entrevistada pelo UOL, Ester Varea Leme, de 64 anos, afirmou que "já não tem mais vida" depois da morte do jovem e que o posicionamento da supervisora "foi o mínimo que se poderia esperar".

Fotografia de Filipe Varea Leme, de 21 anos / Crédito: Divulgação

Ainda de acordo com Ester, a abordagem da USP sobre o caso foi decepcionante. "Faz um ano e meio desde o fato e, até hoje, ninguém da Poli ou da reitoria da USP sequer nos enviou uma carta de condolências", contou.

A Escola Politécnica, por sua vez, afirma que sempre ofereceu suporte aos familiares de Filipe, além de ter publicado um texto de pesar. Em nota, a diretora da Poli ainda diz que foi ao velório do jovem e que se mostrou "disponível para ajudar no que fosse preciso".

Quanto à supervisora acusada, seu advogado afirmou, em entrevista ao UOL, que ela está muito abalada com a situação. O defensor também revelou que, quando pediu a ajuda dos garotos, a mulher estava apenas seguindo ordens de seu chefe, que chegou a ser interrogado, mas não foi apontado como responsável.

Por fim, depois da confissão da supervisora, os advogados da família de Filipe dizem que existe a possibilidade de exigir uma indenização por danos morais — isso porque, com a declaração, caiu por terra a suspeita de que o jovem teria assumido os riscos da atividade. Nesse sentido, estima-se que os pais do garoto podem pedir R$ 1 milhão.