Em meio a denúncias sobre intenção russa de criar programa nuclear no espaço, Rússia recusa proibição de uso de armas nucleares fora da Terra
Na última quarta-feira, 24, a Rússia chamou atenção no Conselho de Segurança das Nações Unidas depois de vetar uma resolução que serviria para reafirmar o compromisso global de não proliferar armas nucleares no espaço. Com isso, os Estados Unidos acusaram a nação de Putin de tentar desenvolver um projeto nuclear espacial, o que poderia ser visto como uma ameaça pelos americanos.
Conforme repercutido pelo O Globo, o projeto enfatizava que não deveria ser desenvolvido por qualquer país armas de destruição em massa para serem colocadas no espaço. Porém, quem votou a favor da decisão foram apenas 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança, com uma negativa da Rússia e uma abstenção da China. Só isso, porém, foi suficiente para bloquear a resolução.
Vale mencionar que essa resolução foi proposta apenas algumas semanas depois de os Estados Unidos acusarem a Rússia de ter planos para desenvolver uma arma antissatélite. Putin, porém, negou tais acusações.
Como já observamos anteriormente, os Estados Unidos avaliam que a Rússia está desenvolvendo um novo satélite com um dispositivo nuclear", disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional, em comunicado após a votação. "Ouvimos o presidente Putin dizer publicamente que a Rússia não tem intenção de implantar armas nucleares no espaço. Se esse fosse o caso, a Rússia não teria vetado esta resolução".
Agora, a tensão entre Estados Unidos e Rússia volta a crescer.
+ Torpedo do Juízo Final: Rússia finaliza ogiva de arma nuclear 'invencível'
Anteriormente, a Rússia já preocupou os Estados Unidos com iniciativas nucleares espaciais. A primeira delas foi anunciada pelo próprio Vladimir Putin em março, que informou pretensão de construir um reator nuclear no espaço. Em outra ocasião, o chefe da Roscosmos, agência espacial russa, alegou estar trabalhando em conjunto com a China para instalar um reator nuclear na Lua em "algum momento entre 2033 e 2035".
No entanto, em vez de um mero reator para gerar energia, os americanos acusaram a Rússia de pretender, na verdade, desenvolver um PEM nuclear, um equipamento que, utilizando-se de energia nuclear, geraria um pulso eletromagnético capaz de atravessar o espaço e destruir satélites na órbita da Terra. Isso poderia afetar tanto satélites da órbita mais baixa, voltados à comunicação de civis, até os mais altos, como os responsáveis por sistemas de GPS e sistemas nucleares dos EUA. Porém, nada disso é confirmado.