Totalmente petrificado, foi encontrado em uma tumba no Egito e teve sua peculiar história desvendada em 2018
Em 2018, um grupo de pesquisadores, liderados por Enrico Greco, do departamento de química da Universidade de Catania, na Itália, revelaram o queijo mais antigo já encontrado (evidências anteriores de queijo, de até 6 mil anos, são os equipamentos de produção, não a peça em si).
Datado em cerca de 3,2 mil anos, estava no túmulo de Ptahmes, alto funcionário egípcio que viveu no século 13 aC. O túmulo, onde foram achados outros objetos, foi redescoberto em 2010 — a primeira vez havia sido em 1885, mas o local foi perdido por força das tempestades de areia.
Apesar de os arqueólogos suspeitarem que aquilo era um queijo desde o começo, apenas em 2018, após o uso das técnicas de cromatografia líquida e espectrometria de massa, foi confirmada sua identidade. O resultado da análise foi publicado na revista Analytical Chemistry.
Na época, em entrevista ao New York Times, arqueólogos descreveram o queijo como parecido com o estilo chèvre francês, branco, mole, feito para espalhar no pão, e não ser comido em pedaços.
Encontrado petrificado dentro de uma jarra, o leite foi produzido através da combinação de leites de ovelha ou cabra com búfala e provavelmente tinha sabor extremamente ácido.
O queijo milenar é um dos alimentos sólidos mais antigos já encontrados. Mas essa iguaria podia também ser uma sentença de morte, revelou a análise.
De acordo com o estudo, os peptídeos presentes sugerem que o alimento era hospedeiro da bactéria Brucella melitensis, responsável pela brucelose, um tipo de infecção bacteriana — e que pode ser fatal.
A Brucella melitensis ainda é comum: a bactéria passa de animais para humanos que ingerem laticínios não pasteurizados.