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Notícias / Austrália

Incêndio subterrâneo em montanha na Austrália já dura 6 mil anos

Localizado em Nova Gales do Sul, na Austrália, o Monte Wingen abriga um incêndio de longa duração, que queima carvão há mais de 200 anos

Redação Publicado em 16/10/2024, às 14h40

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Monte Wingen - Reprodução/Youtube (@bretttouzell7429)
Monte Wingen - Reprodução/Youtube (@bretttouzell7429)

Localizado em Nova Gales do Sul, na Austrália, o Monte Wingen abriga um incêndio subterrâneo de longa duração, que queima carvão há pelo menos 6.000 anos. Não à toa, a reserva nacional que abriga o fenômeno é conhecida como Burning Mountain (Montanha em Chamas, em tradução literal).

Este não é um incêndio típico, já que não há grandes labaredas consumindo o ambiente. Em vez disso, trata-se de um incêndio na camada de carvão que, segundo o site IFLScience, atinge o subsolo e se assemelha à brasa de uma churrasqueira.

Com uma profundidade estimada de 30 metros, o incêndio avança a uma taxa de cerca de um metro por ano, já se espalhando por aproximadamente 6,5 quilômetros, informou o portal The Travel.

Embora o fogo não seja visível, os visitantes da Burning Mountain podem notar um pouco de fumaça, sentir o cheiro característico da queima e perceber o calor do chão ao toque.

Pesquisadores mais atentos podem observar os impactos do incêndio na vegetação local, que, embora tenha se recuperado em parte ao longo das décadas, não retorna às suas formas originais.

Origem do fogo

O incêndio queima a temperaturas de cerca de 1.000 °C e, embora a origem do fogo ainda não tenha uma resposta definitiva, existem teorias.

"O local é considerado sagrado pelos guardiões tradicionais, o povo Wanaruah, que o utilizava para cozinhar e fabricar armas. Suas histórias de origem falam de uma viúva cujas lágrimas acenderam o fogo, ou da tocha de um guerreiro capturado pelo 'Mal' debaixo da montanha", relatou o portal científico ScienceAlert.

Por outro lado, cientistas como Guillermo Rein, do University College London, sugerem causas naturais, como a queda de um raio ou a combustão espontânea. Ao ScienceAlert, ele explicou que essa última ocorre quando a camada de carvão se aproxima da superfície e é exposta ao oxigênio. Com temperaturas de aquecimento entre 35 e 140 °C, fenômenos como esse tendem a se tornar mais comuns à medida que o planeta aquece.

Quanto à duração do incêndio, o ScienceAlert informou que não há respostas definitivas. Os estudos sobre o tema são limitados e não foram revisados por pares. No momento, o incêndio conta com suprimento de oxigênio suficiente e pode continuar ardendo por mais anos.

Poderia arder durante milhares de anos sem intervenção humana. À medida que o fogo avança, aquece a montanha, fazendo-a expandir-se e rachar-se, deixando entrar oxigênio para que o fogo possa avançar. O fogo produz a sua própria chaminé e o seu próprio fornecimento de oxigênio”, explicou Rein.

E, apesar de não representar risco a infraestruturas urbanas, os incêndios de carvão liberam grandes quantidades de CO₂, metano e outros gases poluentes na atmosfera.