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Notícias / Ciência

Produção de oxigênio no fundo do Pacífico desafia visão tradicional sobre origem da vida

Cientistas descobriram na costa do México produção de oxigênio que pode mudar o que se sabia sobre a origem da vida; entenda!

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 23/07/2024, às 11h33

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Espécies como peixes rabo de rato podem ser encontradas no fundo do mar - Divulgação/Associação Escocesa para Ciências Marinhas
Espécies como peixes rabo de rato podem ser encontradas no fundo do mar - Divulgação/Associação Escocesa para Ciências Marinhas

Nas profundezas do oceano Pacífico, ao largo da costa do México, cientistas descobriram que o oxigênio é produzido não por organismos vivos, mas por nódulos polimetálicos. Estes, consistem em agregados minerais ricos em metais como manganês, cobre, cobalto, entre outros.

O estudo foi publicado Nature Geoscience e desafia a visão tradicional de que o oxigênio começou a ser produzido há cerca de 3 bilhões de anos por cianobactérias, a partir da fotossíntese, levando ao desenvolvimento de organismos mais complexos.

A vida poderia ter começado em lugares diferentes da superfície terrestre e perto da superfície do oceano. Dado que este processo existe em nosso planeta, poderia criar habitats oxigenados em outros 'mundos oceânicos' como Encélado ou Europa e assim criar condições para a vida extraterrestre", disse Andrew Sweetman, líder do grupo de pesquisa da Associação Escocesa para Ciências Marinhas (SAMS), à AFP. 

‘Oxigênio negro’

Esse "oxigênio negro" é gerado por um processo diferente da fotossíntese, a mais de 4.000 metros de profundidade, na planície abissal da zona de fratura de Clarion-Clipperton, no centro do Pacífico.

Conforme relatado pela AFP, o procedimento envolveu a instalação de câmaras no sedimento marinho para acompanhar a variação da concentração de oxigênio na água.

Surpreendentemente, foi observado um aumento de oxigênio na água sobre os sedimentos, em completa escuridão e sem fotossíntese, explicou Sweetman ao jornal francês.

Os cientistas ficaram tão surpresos com os dados obtidos que inicialmente duvidaram da precisão dos sensores submarinos. Após repetir o experimento, confirmaram que o oxigênio aumentava nas amostras de sedimento, mesmo em completa escuridão.

Sweetman observou que os nódulos apresentavam uma tensão elétrica quase equivalente à de uma pilha AA, sugerindo um processo de eletrólise da água que separa suas moléculas em hidrogênio e oxigênio.

Nicholas Owens, diretor da SAMS, destacou à AFP que isso pode alterar a compreensão sobre a formação de ambientes oxigenados em outros mundos oceânicos. O estudo também pode ajudar na regulamentação da exploração mineral em águas profundas, considerando o impacto ambiental.

Foi uma das descobertas mais emocionantes na ciência oceânica dos últimos tempos. A visão convencional é que o oxigênio foi produzido pela primeira vez há cerca de 3 bilhões de anos por micróbios antigos chamados cianobactérias e houve um desenvolvimento gradual de vida complexa depois disso”, ressaltou à AFP.