No último domingo, a legenda, tachada de neofascista, promoveu um protesto contra o passaporte sanitário na Itália
No último sábado, 9, cerca de 10 mil italianos tomaram as ruas de Roma para protestarem contra os Green Pass — os passaportes de vacinação que são exigidos para que as pessoas possam estar presentes em determinados espaços, como museus, cinemas ou restaurantes.
A manifestação foi organizada pelo partido nacionalista de extrema-direita Forza Nueva, que são abertamente antivacinas. No mesmo dia, dois líderes do partido Roberto Fiore e Giuliano Castellino, acabaram presos depois que um hospital foi invadido por manifestantes, assim como a sede sindical CGIL, que também acabou saqueada.
Os atos foram a gota d’água, de acordo com a colunista do G1 Sandra Cohen, para que políticos e sindicatos pedissem o fim da legenda, que foi criada na década de 1990 e até hoje é tachada como neofascista.
Assim, o Partido Democrata (PD), que é de centro-esquerda, apresentará uma moção ao Parlamento pedindo a dissolução do Forza Nueva. Para isso, eles se baseiam na Lei Scelba, instituída em 1952, que proíbe que partidos inspirados na ideologia fascista sejam reconstruídos no país.
“Os confrontos violentos nos levam de volta aos momentos mais sombrios e dramáticos de nossa história e são um ataque extremamente sério e inaceitável à democracia”, disse Valeria Fedeli, ex-ministra da Educação e atual senadora pelo PD.
Nos primeiros meses da pandemia no mundo, a Itália foi um dos grandes epicentros da covid na Europa. Por lá, mais de 130 mil pessoas morreram. Durantes os últimos meses, os líderes do Forza Nueva fomentaram protestos contra o lockdown e a vacinação na Itália, o que muitos enxergaram como uma oportunidade para aumentar o nível de confrontos no país. Além do mais, a legenda é conhecida por levantar bandeira homofóbicas, antissemitas e contra estrangeiros.