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Notícias / Brasil

Peixe retirado de pênis de homem vira item de acervo do Inpa para pesquisa

Candiru foi preservado em formol e transferido para o acervo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde agora serve para estudos científicos

Luiza Lopes Publicado em 17/08/2024, às 14h15

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Peixe candiru retirado de pênis de homem foi preservado em formol - Reprodução/g1
Peixe candiru retirado de pênis de homem foi preservado em formol - Reprodução/g1

Em outubro de 1997, um homem de 23 anos foi atacado por um candiru enquanto urinava no Rio Amazonas em Itacoatiara. O peixe, que pode atingir até 12 centímetros, entrou na uretra do paciente e causou dor e complicações significativas.

Após sofrer intensos sintomas e procurar tratamento em Manaus, o homem foi levado a uma clínica particular onde os médicos descobriram o peixe preso em sua uretra. O candiru, já morto e em decomposição, foi removido após cinco dias dentro do corpo do paciente.

"Ele ficou cinco dias com o peixe dentro do corpo. Fizemos a ultrassom e verificamos que o peixe havia mordido a uretra dele a cabeça do peixe estava dentro da bolsa escrotal", disse o urologista Anoar Samad, que comandou a equipe cirúrgica, em documento obtido pelo g1.

Conforme relatou o g1, o peixe foi preservado em formol e transferido para o acervo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde agora serve para estudos científicos.

Item de pesquisa

O Inpa, que possui uma coleção de mais de 61 mil tipos de peixes, mantém o candiru como item de pesquisa para ajudar a entender melhor a espécie.

O candiru está espalhado por toda a Amazônia. Eles são peixes hematófagos, ou seja, se alimentam de sangue. Eles procuram outras espécies com guelra aberta, e ali ficam, e também podem entrar em um ser humano, seja pela uretra, ou mesmo pelo nariz, pelo olho", disse a professora e doutora em ictiologia Lúcia Py-Daniel ao g1.

Lúcia também explicou que existem dois tipos principais de candiru: o candiru-açu, que se alimenta de carcaças e cadáveres, e o candiru, que é hematófago e pode atacar peixes e seres humanos. Cada espécie varia em tamanho e comportamento, com algumas alcançando até 12 centímetros.

"Nós já encontramos candiru-açu dentro de corpos que foram achados no rio. Fomos ao Instituto Médico Legal e lá estava o peixe dentro do cadáver. Ele se alimenta de corpos, de carcaças. E também tem outra espécie de candiru-açu que come somente peixinhos pequenos. Eles andam muito em cardume, então a probabilidade de encontrar com um é fácil, principalmente em água branca, como o Rio Amazonas e o Solimões", afirmou.