Em coloração azul-metálica, nova espécie foi descoberta no Vale do Siang, no nordeste da Índia; nenhuma nova espécie do gênero era encontrada no país desde 1902
Publicado em 05/06/2024, às 18h40
Entomologistas indianos descobriram, durante uma expedição para estudar a biodiversidade do Vale do Siang, no nordeste da Índia, uma nova e minúscula espécie de formiga com uma aparência rara: azul metálico. O achado foi divulgado em uma pesquisa publicada na última quinta-feira, 30, na revista científica ZooKeys.
Durante a expedição, enquanto vasculhavam pela região florestal, os pesquisadores perceberam os insetos graças ao brilho metálico que apresentavam: "Enquanto explorávamos um buraco em uma árvore cerca de 3 metros acima em uma trilha íngreme em uma vila remota chamada Yinku, durante uma noite, algo brilhou no crepúsculo", relatam em comunicado.
Com a luz fraca disponível, dois insetos foram sugados para um aspirador. Para nossa surpresa, mais tarde descobrimos que eram formigas", acrescentam.
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Após observarem mais detalhadamente os insetos, os pesquisadores pontuaram que a coloração e o formato da cabeça e do corpo das formigas levaram à conclusão de que se tratava de uma espécie nova. Ela foi chamada de Paraparatrechina neela — sendo "neela" a palavra "azul" em várias línguas indianas.
O que mais surpreende, além da exuberante cor das formigas, é que esta é a primeira vez desde 1902 que uma nova espécie de formiga do gênero Paraparatrechina é encontrada na Índia. Vale mencionar que todas as espécies dentro deste gênero são pequenas, sendo a mais recente com apenas 2 milímetros e olhos grandes. Por essas características, a formiga se trata de um espécime bastante raro, o que torna a descoberta ainda mais impressionante.
Além disso, o local em que ela foi encontrada possui uma grande biodiversidade, sendo o vale alterado rapidamente por "projetos de infraestrutura em grande escala, como barragens, rodovias e instalações militares, juntamente com as mudanças climáticas", segundo um dos autores da pesquisa, Dharma Rajam, conforme repercute a Revista Galileu.
Agora, os pesquisadores esperam descobrir mais sobre a espécie para compreender como a espécie desenvolveu tal coloração. "Investigar a evolução dessa coloração vistosa e suas conexões com a elevação e a biologia de P. neela apresenta uma via emocionante para pesquisa", finaliza a equipe em comunicado.