A posse das joias, encontradas por acaso em caixas de charuto, tornou-se motivo de grande disputa
O presbitério de Saint-Tropez, que abrigou párocos desde 1928, passava por uma grande demolição para a construção de um hotel boutique de luxo, quando um dos pedreiros da obra teve a sorte de encontrar 60 pedras preciosas na lareira do antigo edifício.
Entre os achados, estavam o que pareciam ser safiras, esmeraldas, rubis e até um diamante. Todas as joias estavam escondidas dentro de caixas de charuto, as quais o trabalhador encontrou por acaso.
Apesar de ser quem achou as pedras, o pedreiro não pode ficar com todas elas, segundo o que prevê o código civil francês. A legislação diz que "se o tesouro for encontrado em propriedade alheia, metade dele pertence à pessoa que o descobriu e metade ao proprietário do local".
Como a antiga casa para bispos foi vendida em 2017, para o promotor imobiliário belga Patric Huon, o proprietário do imóvel também teria direitos sob o tesouro. Atento, ele reivindicou parte das pedras e acusou o pedreiro de furto, segundo o jornal Var-Matin.
O empreiteiro responsável pelas obras também apresentou a intenção de ganhar parte da potencial riqueza. O bispado, por sua vez, não pôde reclamar a posse das joias. Isso só seria possível se os párocos conseguissem provar que elas pertenciam à Igreja.
Associações locais, por outro lado, questionaram se as pedras não seriam um tesouro cultural. Se forem consideradas de interesse histórico, elas podem ser retidas por cinco anos para análise por parte do Estado.
Por enquanto, os achados passaram por uma avaliação privada, durante a qual o pedreiro disse ter sumido um diamante. Uma queixa foi apresentada à polícia, mas o trabalhador considerou que as autoridades não levaram a denúncia à sério. Após a avaliação, ele então informou à imprensa que, com raiva, jogou os itens em um bueiro.
"As pedras foram mostradas a um joalheiro, que concluiu que seu valor era baixo", contou Yves-Marie Sévillia, ao site do jornal francês Le Figaro. “A origem e proveniência dessas pedras são atualmente completamente desconhecidas”.