Tomando o poder através de um golpe de estado, a ditadura Pinochet torturou mais de 38.000 pessoas
A pedido de Frederico D’Ávila, deputado estadual (PSL), a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) programou uma homenagem à Augusto Pinochet, o ex-ditador chileno que chegou ao poder através de um violento golpe de estado.
Sem muitos detalhes divulgados, a cerimônia marcada para o dia 10 de dezembro foi anunciada na agenda oficial da Alesp com o nome abreviado do antigo tirano chileno, Augusto P. Ugarte. A assessoria de imprensa da Assembleia ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
A ditadura Pinochet
Após um golpe que derrubou Salvador Allende, primeiro presidente socialista eleito no Chile, subiu ao poder uma junta militar formada por Pinochet (Exército), Gustavo Leigh (Força Aérea), Toribio Merino (Marinha) e César Mendoza (dos carabineiros, a força policial).
A junta suspendeu a Constituição, dissolveu o Congresso, calou a Suprema Corte, eliminou partidos, declarou estado de sítio, censurou a imprensa e proibiu manifestações sociais.
Como o Exército era a instituição militar mais antiga, Pinochet foi nomeado chefe da junta e se manteve no cargo, que era para ser rotativo, com o apoio de Merino e Mendoza (contrário a essa personalização do poder, Leigh seria excluído do grupo mais tarde). Pinochet concentrou o monopólio da administração, das leis e dos canhões, inaugurando o terror político no Chile.
O objetivo de Pinochet era um só: eliminar fisicamente toda uma classe política supostamente culpada pelos males do país. Jornalistas, advogados, grupos de direitos civis, todos eram considerados “inimigos internos” passíveis das sentenças dos recém-criados conselhos de guerra. Muitas vezes, Pinochet intervinha pessoalmente para garantir a morte de seus opositores. Ao total, foram mais de 3.200 mortos e 38.000 vítimas de tortura.