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Notícias / Sérvia

Pais de adolescente que matou 10 em ataque na escola na Sérvia são condenados

Pais de adolescente que realizou ataque e matou 10 pessoas em escola, em maio de 2023 na Sérvia, foram condenados nesta segunda-feira, 30

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 30/12/2024, às 15h00

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Adolescente em momento de sua captura após ataque à escola em maio de 2023 - Reprodução/Vídeo/YouTube/@globalnews
Adolescente em momento de sua captura após ataque à escola em maio de 2023 - Reprodução/Vídeo/YouTube/@globalnews

No dia 3 de maio de 2023, o mundo se chocou com a notícia de um adolescente de apenas 13 anos da Sérvia que matou a tiros nove estudantes e um segurança da escola em que estudava em Belgrado. Nesta segunda-feira, 30, os pais do adolescente foram condenados pelo episódio.

Ocorridos há mais de um ano, os assassinatos chocaram a região da Península Balcânica. Vale mencionar que, embora os níveis de posse de arma da Sérvia sejam elevados, são relativamente raros tiroteios do tipo.

O julgamento recente, porém, foi conduzido exclusivamente contra Vladimir e Miljana Kecmanovic, pais do adolescente, visto que o garoto não poderia ser processado criminalmente devido à sua idade. Por isso, Vladimir foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão, enquanto Miljana a apenas três anos, conforme afirmado no tribunal superior de Belgrado, capital sérvia.

A condenação, conforme anunciado pelos promotores, se deve ao fato de o pai ter treinado o filho para atirar, além de não ter guardado adequadamente suas armas e munições, além de permitir que o garoto escondesse uma arma e 92 munições em sua mochila, que foram utilizadas no tiroteio.

O acusado, Vladimir Kecmanovic, foi considerado culpado de cometer os crimes de uma ofensa grave contra a segurança pública e negligência e abuso de um menor. A acusada, Miljana Kecmanovic, foi considerada culpada de negligência e abuso de um menor", foi determinado no tribunal.

Miljana Kecmanovic, porém, foi absolvida das acusações de produção, posse, porte ou tráfico não autorizado de armas. No entanto, outra pessoa também foi condenada no caso: o instrutor do campo de tiro em que o adolescente praticou tiro ao alvo, com uma sentença de um ano e três meses de prisão.

Apelos

Com a condenação, tanto a acusação quanto a defesa ainda pretendem apelar das sentenças, sendo este caso ainda marcado por muitas controversas jurídicas.

Conforme repercute o The Guardian, Nenad Stefanović, promotor público chefe envolvido no caso, anunciou um apelo por sentenças mais duras para o pai e para o instrutor de tiro, além de ser contra a rejeição de parte da acusação da mãe. Enquanto isso, os advogados dos réus também alegaram que iriam apelar.

O representante das famílias das crianças assassinadas, Ognjen Božović, afirmou também que seus clientes estavam satisfeitos com o veredito, embora não houvesse punição que poderia trazer justiça ou satisfação, pois, no fim, ninguém havia sido condenado de fato pelo massacre.

Porém, familiares das crianças assassinadas que estiveram presentes durante o julgamento permaneceram ainda visivelmente abalados. Na ocasião, um grupo de estudantes também deixou flores em frente ao tribunal, além de terem feito 10 minutos de silêncio em homenagem às vítimas.

Ninela Radicevic, a mãe de uma das meninas assassinadas, por exemplo, disse à mídia local que outros pais esperavam o veredito, visto que é de conhecimento geral que o adolescente não poderia ser condenado, mas muitos ainda queriam a responsabilização pelo tiroteio em si. Por isso, muitos pais continuam movendo cinco processos civis privados contra a família Kecmanovic.

Além disso, é importante ressaltar também que o adolescente foi colocado em uma instituição psiquiátrica. Ele foi, inclusive, levado para testemunhar contra seus pais no tribunal em outubro e, embora o julgamento tenha ocorrido em um tribunal comum, o depoimento foi ouvido em um tribunal de alta segurança.

O veredito de primeira instância contra Vladimir e Miljana Kecmanovic, finalmente, foi entregue publicamente 11 meses após o início dos julgamentos, culminando no retorno do pai do adolescente à custódia, onde ele já estava mantido desde o ataque na escola. A mãe, por sua vez, segue livre até que seja feito um veredito definitivo.

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