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Notícias / Pré-História

O conto ancestral que pode ter, pelo menos, 100 mil anos de existência

Pesquisadores buscaram identificar qual poderia ter sido a origem da primeira história conhecida da humanidade, e a resposta está nas estrelas

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 02/01/2025, às 12h00

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Imagem ilustrativa da primeira foto com cores do Telescópio Espacial James Webb - NASA
Imagem ilustrativa da primeira foto com cores do Telescópio Espacial James Webb - NASA

Nossos ancestrais dedicavam muita atenção ao céu noturno. Não é por acaso que as estrelas ocupam um lugar de destaque em diversos relatos da antiguidade.

Inspirados por isso, pesquisadores buscaram identificar qual poderia ter sido a origem da primeira história conhecida da humanidade. Segundo eles, a resposta está nas Plêiades, também conhecidas como as Sete Irmãs, um dos aglomerados estelares mais reconhecíveis no céu.

Formadas há cerca de 100 milhões de anos, as Plêiades estão entre as estrelas mais visíveis a olho nu. Como muitas outras estrelas, elas estão cercadas por mitos criados por culturas antigas de diferentes partes do mundo. O que chama a atenção é a existência de narrativas surpreendentemente semelhantes às de Sete Irmãs.

Conexões

Na mitologia grega, as Plêiades eram filhas de Atlas e Pleione. Como Atlas estava ocupado sustentando o céu, não percebeu a ameaça de Órion, o caçador, que pretendia perseguí-las. Para salvá-las, Zeus as transformou em estrelas.

Curiosamente, mitos aborígenes australianos contam uma história semelhante: um caçador tenta perseguir as irmãs, assim como Órion na lenda grega.

Em ambas as tradições, as histórias mencionam sete irmãs, mesmo que apenas seis estrelas sejam visíveis a olho nu. Essa coincidência é ainda mais notável ao considerarmos que essas culturas não tiveram contato direto por milhares de anos.

Os ancestrais dos europeus e dos australianos se separaram há cerca de 100 mil anos, quando migraram da África, e só voltaram a se encontrar em 1788, com a chegada dos britânicos à Austrália.

Essa conexão sugere que a história das Sete Irmãs pode ter sido contada por nossos ancestrais ao redor de fogueiras em um passado remoto. A ciência fornece uma explicação fascinante para a menção de sete estrelas nas narrativas.

Simulações mostram que, há cerca de 100 mil anos, a sétima estrela, Pleione, era visível de forma distinta. Atualmente, Pleione está muito próximo do Atlas, e as juntas parecem formar uma única estrela vista a olho nu.

Em um artigo publicado no The Conversation, Ray Norris, professor da Western Sydney University, na Austrália, comenta:

É possível que essas histórias sejam tão antigas que nossos ancestrais contavam ao redor de fogueiras na África, há cerca de 100 mil anos".

Embora não seja possível comprovar essa hipótese com certeza, ela sugere que as Sete Irmãs podem estar no coração da história mais antiga da humanidade.