Milhares de fragmentos de ossos oraculares revelam a evolução da linguagem da China antiga e tentativas mágicas de prever o futuro
Você já ouviu falar dos ossos oraculares? Essas relíquias, datadas do final da Dinastia Shang (por volta de 1250 a.C. a 1050 a.C.), são consideradas a forma mais antiga de escrita chinesa. Mas o que são exatamente esses ossos e por que são tão importantes para a história?
Acreditava-se que esses objetos fossem ossos de dragão, e por muito tempo foram moídos para uso medicinal. No entanto, com o passar dos anos, arqueólogos e estudiosos descobriram que se tratava de cascos de tartaruga e omoplatas de boi. Essas peças eram aquecidas até rachar, e as fissuras eram interpretadas como respostas a perguntas sobre o futuro, agricultura e até mesmo assuntos da família real.
Mais de 13.000 ossos oraculares foram encontrados até o momento, com mais de 100.000 inscrições diferentes. Essas inscrições, feitas com um instrumento afiado, fornecem informações valiosas sobre a vida na China antiga. Através delas, os estudiosos conseguem reconstruir a genealogia da dinastia Shang, entender seus costumes e crenças, e até mesmo decifrar a evolução da língua chinesa.
É importante ressaltar que muitos dos caracteres encontrados nos ossos oraculares ainda são usados no chinês moderno, demonstrando a longevidade e a complexidade desse sistema de escrita. Além disso, a descoberta de possíveis "ossos de oráculos neolíticos" levantou novas questões sobre a origem da escrita na China, embora essa afirmação ainda seja objeto de debate entre os especialistas.
Segundo o 'Live Science', os ossos oraculares são muito mais do que simples objetos antigos. Eles representam um tesouro de informações sobre a cultura chinesa e a história da escrita. Através deles, podemos vislumbrar um passado distante e compreender como uma civilização tão complexa e rica em tradições se desenvolveu.