Investigação revela que corte nas asas da ave, querida em Trindade, a deixou vulnerável e causou sua morte; casal deverá responder por crime
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/11/2024, às 12h00
A comoção pela morte da arara Pipoca, símbolo da cidade de Trindade, ganhou um novo capítulo com a conclusão da investigação policial. A Polícia Civil de Goiás confirmou que o casal suspeito de cortar as asas da ave é responsável por sua morte por eletrocução.
Conforme apurado, Pipoca, conhecida por sua docilidade e liberdade, foi encontrada morta após se chocar contra um fio de alta tensão. A ave, que tinha um perfil nas redes sociais com mais de 13 mil seguidores, era querida pelos moradores da região e costumava interagir com as pessoas.
A investigação, liderada pelo delegado Thiago Escandolhero, revelou que dias antes de sua morte, Pipoca foi levada para a casa de um familiar do casal. Lá, a ave teve uma de suas asas cortada, o que a deixou impossibilitada de voar com segurança. A polícia chegou a essa conclusão após analisar imagens de câmeras de segurança e ouvir testemunhas.
"Nós conduzimos eles para a delegacia e eles falaram que a arara voou e fugiu deles. Só que a gente foi na casa da familiar, e ela acabou por falar que a arara esteve lá, brincou com as crianças e depois ela voou. Através dessa contradição, juntando com os vizinhos que viram a arara num sobrado em construção em dia de chuva, concluímos que ela não conseguia sair de lá e ficava tomando chuva", disse o delegado ao G1.
Após o corte, a arara passou a noite na chuva e, debilitada, não conseguiu se abrigar. Dias depois, Pipoca retornou ao seu local de abrigo, mas já estava ferida e fragilizada. Comerciantes da região confirmaram que levaram a ave ao veterinário, que constatou o corte nas asas.
Segundo o G1, a polícia acredita que o casal tinha a intenção de domesticar a arara, uma vez que não há outra explicação lógica para o corte nas asas. O casal será indiciado por maus-tratos, crime previsto na Lei de Crimes Ambientais.
