Sucesso no Brasil e elogiado internacionalmente, Ainda Estou Aqui leva os brasileiros para os turbulentos anos da ditadura militar
Publicado em 24/11/2024, às 12h20 - Atualizado em 29/11/2024, às 08h14
Emocionante, o filme "Ainda Estou Aqui" é ambientado no Rio de Janeiro dos anos 1970, durante os turbulentos anos de ditadura militar no Brasil.
Em exibição nos cinemas, o filme gera uma importante discussão tanto em território nacional quanto internacional. Sob a direção de Walter Salles, a obra cinematográfica retrata de maneira profunda e impactante a trajetória de Eunice Paiva durante a ditadura.
A narrativa se concentra na luta pessoal de Eunice, que, após o sequestro e subsequente desaparecimento de seu esposo, o deputado Rubens Paiva, em 1971, precisou enfrentar sozinha o desafio de criar seus cinco filhos.
"No início da década de 1970, o Brasil enfrenta o endurecimento da ditadura militar. No Rio de Janeiro, a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece", aborda a sinopse do longa-metragem de sucesso.
Grande parte do filme se passa na casa da família Paiva. Antes local para festas com familiares e amigos, foi tomada pela angústia após homens do exército invadirem a propriedade e levarem Rubens, que jamais retornou.
Assim, muitos podem se questionar sobre o que aconteceu com a propriedade da vida real. Originalmente, a família de Eunice resida no Leblon. Especificamente, numa casa de dois andares localizada na Avenida Delfim Moreira, n.º 80.
No entanto, após tantos momentos turbulentos, a família acabou mudando para Santos, em São Paulo. Assim, a casa virou um restaurante, explica Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice, no livro 'Ainda Estou Aqui'.
"A casa da Delfim Moreira, 80, continuou do mesmo jeitão por anos. Virou um restaurante por um tempo. Dizem que era um bom restaurante", escreve ele.
Hoje, no entanto, a casa já não existe. Isso porque foi demolida. "O endereço era Delfim Moreira, 80. Existe ainda. Não a casa, o endereço, um prédio preto, de poucos andares, construído no boom imobiliário que desfigurou o Leblon dos anos 80", escreve Marcelo na obra.
Para o filme, entretanto, uma residência localizada na Urca acabou utilizada como cenário. Há três anos, a propriedade foi comprada por R$ 14 milhões e posteriormente alugada para as filmagens do longa-metragem em questão.