Casos ilustram como as pressões humanas e mudanças climáticas podem levar a extinções em um ritmo acelerado, colocando em risco a biodiversidade
A extinção de espécies animais é um fenômeno complexo, que tem sido impulsionado ao longo das últimas décadas por ameaças como a caça furtiva, a mudança climática e a destruição de habitats naturais.
Os casos ilustram como as pressões humanas e as mudanças ambientais podem levar a extinções em um ritmo acelerado, colocando em risco a biodiversidade global. A seguir, conheça mais sobre esses cinco animais extintos e os fatores que contribuíram para o seu desaparecimento.
O tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), o maior marsupial carnívoro já conhecido, foi declarado extinto após o falecimento do último exemplar em cativeiro, no zoológico de Hobart, em 1936.
De acordo com o estudo "Limited Genetic Diversity Preceded Extinction of the Tasmanian Tiger", publicado em abril de 2012 na revista científica Plos One, a extinção da espécie foi precedida por uma diversidade genética extremamente limitada.
Conhecido também como lobo-da-Tasmânia, o animal possuía uma aparência e comportamento semelhantes aos de um cão ou lobo, o que o tornava único entre os marsupiais.
Originalmente encontrado na Austrália Ocidental, o tigre-da-Tasmânia foi amplamente isolado na ilha da Tasmânia, onde se tornou objeto de estudo e, infelizmente, alvo de perseguição por colonos europeus.
Considerado uma ameaça às ovelhas, a caça furtiva do tigre foi incentivada, e a espécie foi comercializada, resultando em uma drástica diminuição de sua população. De acordo com os registros históricos, entre 1888 e 1912, a caça desenfreada levou ao extermínio rápido do tigre-da-Tasmânia na natureza.
O dodô (Raphus cucullatus), uma ave incapaz de voar, habitava as Ilhas Maurício, na África. Segundo a BirdLife International — organização científica que mantém a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) —, a chegada dos humanos ao seu habitat, no século 17, foi a principal causa de sua extinção.
Os colonos holandeses caçavam o dodô como fonte de alimento, enquanto espécies invasoras, como porcos e ratos, introduzidos pelos humanos, atacavam seus ninhos, contribuindo para a diminuição populacional. O último avistamento confirmado do dodô ocorreu em 1662, embora haja indícios de que a espécie possa ter sobrevivido por mais alguns anos sem ser registrada.
De acordo com o estudo "When did the dodo become extinct?" publicado na Nature em 2003, estima-se que a espécie tenha desaparecido completamente por volta de 1690, cerca de 30 anos após o último avistamento conhecido.
O peixe-mão manchado (Sympterichthys unipennis), o primeiro peixe marinho moderno a ser declarado extinto, foi oficialmente reconhecido pela IUCN (Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza).
O desaparecimento dessa espécie, descrita pela primeira vez em 2020 pelo jornalista de vida selvagem Douglas Main, foi atribuído a fatores como destruição de habitat, mudanças climáticas e poluição, conforme publicado na National Geographic.
Natural da Tasmânia, de 13 espécies conhecidas, sete não são avistadas desde o início dos anos 2000.
A tartaruga-das-galápagos-de-pinta (Chelonoidis nigra abingdonii) era um réptil de grande porte que habitava as Ilhas Galápagos, no Equador. Seu último exemplar, conhecido como George Solitário, morreu em junho de 2012.
Descoberto em 1971, George foi levado para a Estação de Pesquisa Charles Darwin, em Puerto Ayora, com o objetivo de ser parte de um programa de reintrodução da espécie.
A ideia era estimular o animal a se reproduzir com fêmeas, mas, em 2008, a tentativa foi frustrada quando se constatou que os ovos postos não foram fertilizados.
De acordo com a Nature, ainda existem outras dez espécies de tartarugas gigantes nas Ilhas Galápagos, mas a caça furtiva, a introdução de espécies invasoras e a destruição de seu habitat natural são fatores que continuam a ameaçar a sobrevivência dessas populações.
O Melomys rubicola, um roedor da família Muridae, habitava a pequena ilha de Bramble Cay, na Austrália. O último avistamento desse animal ocorreu em 2009, de acordo com o zoólogo James Watson, em um artigo publicado na Nature em 2016. A confirmação de sua extinção foi feita uma década depois.
O caso da extinção do Melomys rubicola é notável, pois ilustra como as mudanças climáticas agem nas espécies. Watson argumenta que a principal causa do desaparecimento dessa espécie foi o aumento do nível do mar, que alterou profundamente o ecossistema da ilha.