Black Mirror: 5 tecnologias mostradas na série que já existem de verdade

Na próxima quinta-feira, 10, estreia na Netflix a nova temporada de 'Black Mirror', uma das séries mais aclamadas do streaming. Agora, com a sétima temporada, teremos mais episódios que exploram, individualmente, o lado obscuro da tecnologia, mostrando mais uma vez que nem toda novidade traz apenas benefícios.

A primeira temporada da obra, uma ficção científica, estreou em 2011 e, desde então, acompanhamos cada vez mais novos episódios que retratam anseios reais que enfrentamos todos os dias com o avanço da tecnologia. Já foram abordados temas como o avanço das inteligências artificiais, da realidade imersiva, os impactos das redes sociais, e até mesmo tecnologias como a clonagem.

E hoje, com a ascensão cada vez maior das inteligências artificiais, a série se mostra mais atual que nunca, apresentando de maneira brutal e impactante como essas novas tecnologias podem ser um risco para as pessoas. Visto isso, confira a seguir 5 tecnologias que já apareceram em 'Black Mirror' que realmente existem:

1. Quinze milhões de méritos

O segundo episódio da primeira temporada da série, 'Quinze milhões de méritos', acompanha Bing Madsen (Daniel Kaluuya) e outros personagens que vivem em um mundo em que as pessoas consomem mídias e interagem através de telas sem toque, e até mesmo se alimentam de comida "cultivada em uma placa de Petri".

E de fato, hoje já vivemos em um mundo extremamente digital, e telas sem toque já aparecem em alguns dispositivos ao redor do mundo. Embora ainda não nos alimentemos de produtos cultivados em laboratório, esse tipo de tecnologia já é empregada para o cultivo de células, por exemplo.

2. Toda a sua história

Um dos episódios mais famosos da série, 'Toda a sua história' apresenta uma sociedade em que as pessoas possuem chips implantados atrás das orelhas, que registram tudo aquilo que seus usuários veem e ouvem, possibilitando que essas lembranças e momentos possam ser revisitados, reproduzidos em suas próprias mentes ou mesmo diretamente em um monitor ou TV.

E curiosamente, esse episódio de 2011 previu uma tecnologia bastante recente: o Neuralink, proposto por Elon Musk. A ideia do dispositivo, um implante que ainda está em desenvolvimento, é estabelecer uma conexão direta com o cérebro humano que pode enviar dados para um computador ou smartphone, além de também prometer auxiliar em uma série de avanços na medicina.

3. Manda quem pode

Terceiro episódio da temporada 3 de 'Black Mirror', 'Manda quem pode' acompanha Kenny (Alex Lawther) e Hector (Jerome Flynn), que são vítimas de um malware que sequestra suas webcams e permitem que um chantagista lhes envie uma série de tarefas assustadoras, ameaçando-os de divulgar filmagens comprometedoras deles.

Embora pareça uma cena típica de um hacker que só existe em filmes, fato é que a tecnologia atual e os métodos de hacking existentes já permitem uma ação do tipo.

Inclusive, um incidente bastante semelhante aconteceu com uma ex-Miss Teen dos Estados Unidos, Cassidy Wolf, que teve seu computador invadido e o hacker ameaçou divulgar imagens comprometedoras, a não ser que ela tirasse as roupas para ele diante da webcam.

4. Odiados pela nação

Em 'Odiados pela nação', é apresentado um mundo em que a humanidade desenvolveu pequenas abelhas robóticas movidas por inteligência artificial que foram criadas para suplementar a população de abelhas reais, cada vez mais decrescente (o que também condiz com a realidade). Porém, uma tragédia começa a acontecer depois que as abelhas são hackeadas e utilizadas como armas de assassinato.

Por mais que pareça absurdo, hoje um grupo de cientistas da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, realmente pretende resolver o problema do declínio populacional de abelhas criando o robô "Delfly". Este, segundo o Screen Rant, é um drone parecido com uma abelha, projetado especialmente para polinizar plantas e plantações — mas felizmente eles ainda não mataram ninguém.

5. Hang the DJ

Em 'Hang the DJ', da quarta temporada, Frank (Joe Cole) e Amy (Georgina Campbell) são reunidos através do "Sistema", um tipo de programa que guia as pessoas para encontros amorosos, onde podem encontrar os potenciais parceiros de suas vidas.

Esses encontros são planejados com base em uma suposta compatibilidade entre as partes, através de dados coletados de cada um — porém o "Sistema" já estipula inclusive a data de validade dos relacionamentos.

Na prática, esses algoritmos já são parte da realidade de muita gente. Aplicativos de relacionamento como o Tinder se baseiam no mesmo princípio de conectar as pessoas com mais facilidade, através de uma variedade de fatores de interesse, como os perfis de personalidade dos usuários, a localização e até os gostos em comum.