Vestígios de uma antiga cidade com cerca de 3.400 anos foram encontrados cerca de 43 quilômetros a oeste de Alexandria
Publicado em 12/04/2025, às 14h23 - Atualizado em 14/04/2025, às 11h47
Uma equipe de arqueólogos encontrou, no norte do Egito, os vestígios de uma antiga cidade com cerca de 3.400 anos, datada do período do Novo Reino.
Acredita-se que o assentamento tenha sido originalmente construído pelo pai do rei Tutancâmon, o faraó Akhenaton, e que posteriormente tenha recebido acréscimos sob o governo de Ramsés II.
A descoberta foi feita em Kom el-Nugus, a cerca de 43 quilômetros a oeste de Alexandria, entre o Mar Mediterrâneo e o Lago Mariout. Até então, os especialistas acreditavam que a região só havia sido ocupada a partir do período helenístico, por volta de 332 a.C., quando os gregos fundaram um assentamento e uma necrópole no local.
O achado surpreendeu os pesquisadores, que buscavam estruturas de origem grega quando identificaram tijolos de barro datados do Novo Império (cerca de 1550 a 1070 a.C.). Segundo estudo publicado na revista Antiquity, trata-se do assentamento egípcio mais antigo já identificado ao norte do Lago Mariout.
De acordo com o portal Live Science, apesar de ainda não ser possível determinar o tamanho exato da cidade, os indícios sugerem uma ocupação em grande escala. Conforme explicou Sylvain Dhennin, arqueólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) e líder da escavação, a rua foi projetada para drenar as águas superficiais e proteger os edifícios da erosão hídrica.
A cidade abrigava um templo construído por Ramsés II e capelas funerárias privadas que mencionam figuras militares. Isso levanta a hipótese de que o assentamento tenha tido função militar, com possíveis muralhas defensivas e edifícios administrativos.
Entre os achados mais notáveis está um selo em uma ânfora com o nome de Merytaton (ou Meritaten), filha de Akhenaton e Nefertiti. Akhenaton ficou conhecido por promover uma reforma religiosa radical centrada na adoração de Aton, o disco solar — mudança que seria revertida por seu filho Tutancâmon, que restaurou a religião politeísta tradicional egípcia.