Durante a cerimônia de abertura, que aconteceu nas águas do Sena, a Coreia do Sul foi anunciada com o nome oficial do Norte
Redação Publicado em 27/07/2024, às 09h50
O Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu “profundas desculpas” por um erro ocorrido durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Durante o evento, os locutores que apresentavam as delegações que desfilavam pelo Rio Sena anunciaram os sul-coreanos como parte da delegação da República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte.
Pedimos desculpas profundamente pelo erro que ocorreu ao apresentar a seleção sul-coreana durante a transmissão da cerimônia de abertura”, afirmou o COI em seu perfil do X.
O erro gerou grande agitação na Coreia do Sul, que continua tecnicamente em guerra com o Norte, pois o conflito dos anos 1950 foi encerrado por um armistício e não por um tratado de paz. Conforme repercutido pelo jornal O Globo, as Coreias estão separadas desde a década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Após a cerimônia, o Ministério dos Esportes da Coreia do Sul expressou “seu pesar” pelo anúncio incorreto feito durante a cerimônia de abertura. Jang Mi-ran, campeão olímpico de levantamento de peso e atual segundo vice-ministro dos Esportes, pediu uma reunião com o presidente do COI, Thomas Bach, para tratar do incidente. O ministério também solicitou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros apresentasse “um protesto firme ao lado francês”.
Em 1948, foram estabelecidas a República Popular Democrática da Coreia ao norte e a República da Coreia ao sul. Cada um desses países tem suas próprias capitais, que permanecem as mesmas até hoje: Pyongyang e Seul, respectivamente.
Mas em 1950, a Guerra da Coreia começou quando o Exército norte-coreano cruzou o Paralelo 38 e invadiu o Sul, conquistando Seul em três dias. Em resposta, forças da ONU, lideradas pelos Estados Unidos, conseguiram conter o avanço das tropas da Coreia do Norte. Em apoio aos norte-coreanos, a China enviou milhares de soldados para lutar ao lado deles. Ambos os lados buscavam controlar a Península Coreana.
O conflito brutal se estendeu por três anos, resultando na morte de cerca de três milhões de pessoas. A guerra nunca teve um fim formal: apesar de extensas negociações, os dois lados assinaram apenas um armistício para cessar as hostilidades, sem a formalização de um tratado de paz. Assim, os dois países permanecem tecnicamente em estado de guerra.
