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Notícias / Astronomia

Som das estrelas: estudo revela 'melodia' cósmica na evolução da via láctea

Espécie de música emitida pelos astros que pode fornecer novas pistas sobre a evolução da nossa galáxia ao longo do tempo; entenda!

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/04/2025, às 19h30

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Frequências estelares fornecem informações valiosas aos estudiosos - Getty Images (imagem meramente ilustrativa)
Frequências estelares fornecem informações valiosas aos estudiosos - Getty Images (imagem meramente ilustrativa)

Uma espécie de música que pode fornecer novas pistas sobre a evolução da nossa galáxia ao longo do tempo. Essa foi a descoberta de um estudo publicado na revista científica Nature nesta quarta-feira, 2.

Muito além de uma trilha sonora de ficção científica, pesquisadores identificaram que as variações no brilho de algumas estrelas – conhecidas como "terremotos estelares" (ou starquakes, em inglês) – podem ser traduzidas em frequências sonoras. Isso significa que cada estrela "toca" um conjunto único de frequências, similar ao que acontece com instrumentos musicais.

"Não podemos ouvir esses sons diretamente, mas conseguimos medir suas frequências analisando as mudanças no brilho da estrela", explica ao g1 Claudia Reyes, pesquisadora da Universidade Nacional da Austrália e uma das autoras principais do estudo.

Estudo dos astros

De acordo com ela, essas frequências fornecem informações valiosas sobre o tamanho, a composição química e a estrutura interna das estrelas. Os terremotos estelares ocorrem em determinados tipos de estrelas e resultam em variações cíclicas de brilho

Ao monitorar essas flutuações, os cientistas podem "ouvir" o ritmo musical de uma estrela. Ao g1, Reyes compara o fenômeno com os instrumentos graves de uma orquestra, que produzem notas mais profundas e lentas devido ao tamanho colossal das estrelas.

Quando observamos um grupo de estrelas, é como se estivéssemos ouvindo uma orquestra cósmica, com cada uma contribuindo com sua própria melodia", afirma a pesquisadora ao portal. 

Com o envelhecimento estelar, sua massa e estrutura interna se transformam, resultando em diferentes frequências. Em determinado estágio de sua evolução, a estrela atinge um platô, onde sua frequência parece se repetir, como um disco riscado antes de avançar. 

"Descobrimos que esse platô ocorre devido a eventos específicos dentro da estrela, permitindo prever quando e em qual frequência ele surgirá durante seu ciclo de vida", explica Reyes.

Essa descoberta possibilita estimativas extremamente precisas da idade das estrelas nessa fase. No estudo, os pesquisadores analisaram frequências emitidas por astros no aglomerado aberto M67, uma região da Via Láctea com características semelhantes às estrelas próximas à Terra, como o Sol.

Além de fornecer noções sobre a idade estelar, essa análise musical tem um papel crucial na compreensão da evolução da nossa galáxia. "As estrelas funcionam como registros fósseis, armazenando informações sobre eventos passados de formação estelar.

Quanto mais precisos formos na medição dessas idades, melhor poderemos reconstruir a história da Via Láctea – como ela cresceu, evoluiu e adquiriu a aparência atual", conclui Reyes.