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Notícias / Astronomia

Estudo sugere existência de planeta desconhecido no sistema solar

Liderada por especialista brasileiro, pesquisa pode ter indícios da formação de um nono planeta na órbita do Sol, até então não identificado

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/04/2025, às 19h30

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Imagem orbital da Terra - NASA via Getty Images (imagem meramente ilustrativa)
Imagem orbital da Terra - NASA via Getty Images (imagem meramente ilustrativa)

Uma pesquisa publicada na revista científica Icarus, conduzida por um pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), sugere a possível existência de um nono planeta no Sistema Solar.

O estudo, que contou com a colaboração de cientistas dos Estados Unidos e da França, analisou a influência gravitacional do chamado “Planeta-9” sobre corpos celestes localizados além da órbita de Netuno.

Segundo os pesquisadores, esse planeta hipotético exerceria uma força gravitacional significativa sobre objetos do Cinturão de Kuiper — região composta por cometas, asteroides e planetas anões — e da Nuvem de Oort.

Fenômenos desse tipo foram fundamentais para a descoberta de Netuno e Urano”, explicou Rafael Ribeiro de Sousa, da Unesp, em nota divulgada pela universidade.

Ele ressaltou que a influência gravitacional de um astro sobre outros é um princípio bem estabelecido na Física, permitindo previsões precisas.

A suspeita da existência de um planeta além de Netuno não é recente. Em 1846, astrônomos já cogitavam a presença de um corpo celeste capaz de afetar as órbitas de Urano e Netuno. No entanto, a descoberta de Plutão, em 1930, não foi suficiente para explicar as anomalias observadas.

Onde Está o Planeta-9?

Segundo o estudo, o possível nono planeta estaria localizado muito além do Cinturão de Kuiper, em uma região extremamente fria e distante do Sol. Sua órbita estaria a cerca de 600 vezes a distância entre a Terra e o Sol, tornando sua observação direta bastante difícil.

Para confirmar sua existência, os astrônomos buscam determinar características como tamanho, trajetória e período orbital, informações que podem indicar aonde apontar os telescópios para tentar captá-lo visualmente.

Nos últimos anos, avanços nas técnicas de observação revelaram a presença de seis objetos transnetunianos — astros situados além de Netuno — entre 2004 e 2013. A análise de suas órbitas mostrou que todos parecem ser influenciados gravitacionalmente por um corpo ainda desconhecido, fortalecendo a hipótese do Planeta-9.

Planeta escondido

Os cientistas estimam que esse planeta tenha uma órbita longa, levando cerca de 10 mil anos para completar uma volta ao redor do Sol. Além disso, por estar tão distante, reflete pouca luz, dificultando sua detecção direta.

Na pesquisa liderada pela Unesp, os estudiosos realizaram simulações computacionais que recriaram a evolução do Sistema Solar ao longo de 4,5 bilhões de anos, incluindo a presença do Planeta-9.

O modelo demonstrou que sua influência teria sido determinante para a formação do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort, além da criação de uma segunda nuvem, que funcionaria como um reservatório de cometas.

O estudo também analisou as órbitas de cometas que poderiam ter se originado nessas regiões. Foram observados quatro corpos celestes com cerca de 10 quilômetros de diâmetro, cujas trajetórias condiziam com as simulações realizadas.

O próximo passo

Os pesquisadores estimam que o Planeta-9 tenha cerca de 7,5 vezes a massa da Terra, sendo menor que Urano. Agora, a equipe pretende aprimorar suas simulações para identificar novos objetos transnetunianos e entender a influência desse possível planeta na dinâmica do Sistema Solar.

Se confirmado, o Planeta-9 será uma das descobertas mais importantes da astronomia moderna, mudando nossa compreensão sobre os limites do Sistema Solar e a formação de seus corpos celestes.