Uso de corpos preservados por congelamento em cursos de odontologia chama atenção nas redes sociais; entenda o assunto
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/09/2024, às 21h30 - Atualizado às 21h50
A recente revelação sobre o uso de cadáveres"fresh frozen" em cursos de treinamento para procedimentos estéticos dentários gerou grande repercussão nas redes sociais.
Enquanto alguns se chocaram com a prática, especialistas em odontologia defendem a importância desse tipo de treinamento para a segurança dos pacientes.
A técnica "fresh frozen" consiste na preservação de cadáveres por meio de congelamento, o que permite uma maior preservação dos tecidos e uma experiência mais realista para os alunos.
Segundo Mohamad Abou Wadi, cirurgião-dentista e CEO do Instituto de Treinamento em Cadáveres Frescos (ITC), essa prática é fundamental para o aprendizado de técnicas complexas e delicadas, como a aplicação de preenchedores faciais.
"Cadáveres embalsamados têm certas limitações, como para uso de treinamentos dermatológicos, por exemplo, uma vez que a camada de pele é revestida com formol", explicouWadi ao G1.
Já os cadáveres congelados permitem uma simulação mais precisa das condições reais de um procedimento, possibilitando que os alunos desenvolvam habilidades técnicas e anatômicas essenciais.
A utilização de cadáveres para fins educacionais é regulamentada no Brasil, sendo permitida a doação de corpos que não são reclamados por familiares.
No entanto, a demanda por peças anatômicas para treinamento tem superado a oferta, levando algumas instituições a importar cadáveres de outros países.
Em entrevista ao site Aventuras na História, Vitor Lima, dentista, destacou a importância do treinamento em cadáveres para futuros profissionais.
"A utilização do cadáver é importante, pois, é com ela os futuros profissionais vão dimensionar onde se encontra cada músculo, seu ponto de origem e a inserção. Além das principais veias, artérias e nervos ali localizadas", disse ele.