Hoje apontada como uma espécie de calendário, estrutura pode ter tido outra função no passado
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 27/03/2023, às 09h06
Um artigo publicado na revista científica Antiquity, em 2022, pelo pesquisador Timothy Darvill, da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, organizado em conjunto com a Universidade de Cambridge, apontou que a antiga, milenar e misteriosa estrutura conhecida pelo mundo todo como Stonehenge seria como um calendário na antiguidade — e, surpreendentemente, no mesmo modelo de 365,25 dias, tal como o calendário Juliano, que utilizamos hoje em dia.
No entanto, agora em março de 2023, em um novo artigo, dessa vez publicado por Giulio Magli, da Politécnica de Milão, e João Antonio Belmonte, do Instituto de Astrofísica de Canárias e Universidad de La Laguna, Tenerife, Espanha, os pesquisadores afirmam que não é possível constatar que a estrutura se tratava de um documentário: "a proposta é infundada, sendo baseada em uma combinação de numerologia, erro astronômico e analogia sem suporte."
No estudo, os pesquisadores apontam que, sim, o Stonehenge apresenta um alinhamento astronômico com o sol, remetendo tanto ao seu nascer do solstício de verão, quanto ao seu pôr do solstício de inverno. No entanto, isso demonstra somente um interesse simbólico dos construtores da estrutura no círculo solar, possivelmente relacionando-o às conexões entre a vida e a morte.
A teoria contestada com os novos estudos indica que o monumento representa um calendário baseado em um ano com 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias, com outros cinco dias epagômenos e a adição de um ano bissexto a cada quatro. No entanto, a dupla de pesquisadores afirma que, embora o alinhamento do solstício seja bastante preciso, em outras ocasiões o Stonehenge possui certa imprecisão.
Além do mais, é apontado no novo artigo também que o "número-chave" para se compreender a estrutura como um calendário, o 12, não pode ser reconhecível em nenhum lugar da estrutura. Enquanto isso, o local possui outros números que teriam sido ignorados, como o fato de a entrada do Stonehenge ser feita com duas pedras.
Agora, cabe a mais curiosos e pesquisadores se debrucem sobre os artigos e as diferentes hipóteses sobre a função do Stonehenge, para tentar desvendá-la. Um antigo calendário neolítico ou uma testemunha da paisagem sagrada de seus construtores, o que se sabe é somente que o Stonehenge é, com certeza, uma das construções mais intrigantes da história.
