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Nova espécie de tubarão-martelo é nomeada em homenagem a fundador da Microsoft

Nomeada como "Sphyrna alleni", nova espécie de tubarão-martelo nas águas caribenhas de Belize, e foi batizado em homenagem a cofundador da Microsoft

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 03/10/2024, às 08h29

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Fotografias de tubarão-cabeça-de-pá (Sphyrna alleni) - Divulgação/Zootaxa/Cindy Gonzalez
Fotografias de tubarão-cabeça-de-pá (Sphyrna alleni) - Divulgação/Zootaxa/Cindy Gonzalez

No fim de setembro, foi divulgada na revista acadêmica Zootaxa a descoberta de uma nova espécie de tubarão-martelo nas águas de Belize, na América Central.

Já conhecido pela população local como "tubarão-cabeça-de-pá", o animal foi catalogado como "Sphyrna alleni", em homenagem a Paul Allen, cofundador da Microsoft que faleceu em 2018, e criador de uma fundação que financia projetos de conservação de tubarões, incluindo o que identificou a nova espécie.

Conforme repercute a Revista Galileu, por mais que essa seja a primeira vez que a espécie foi documentada, ela já era conhecida pelos habitantes de Belize. Seu nome popular, "cabeça-de-pá", é uma referência ao formato da cabeça do animal, que é menor e mais arredondada com relação a outros tubarões-martelo, assemelhando-se realmente a uma pá.

De primeira, o tubarão foi confundido com outra espécie de tubarão-martelo, o tubarão-de-pala (Sphyrna tiburo), a menor espécie da família. Mas agora, por mais que as espécies compartilhem características em comum, existem aspectos que as diferenciam, como o número de vértebras na coluna e variações no próprio DNA.

"Análises de DNA forneceram a primeira pista de que os tubarões-de-pala, como os conhecíamos, eram pelo menos duas espécies no Atlântico e não uma", explica, à Dive Magazine, Demian Chapman, diretor do Centro de Pesquisa de Tubarões e colíder da Global FinPrint, a fundação de Paul Allen. "Mas o DNA sozinho não é suficiente para definir uma espécie, então montamos uma equipe para olhar os espécimes e ver se havia alguma diferença física também".

Por isso, entre 2016 e 2019 comunidades locais apoiaram os pesquisadores, oferecendo suas casas para a realização do trabalho de campo até mesmo durante a pandemia de Covid-19. Entre os exames, estavam a análise dos dentes, do tecido dos animais e radiografias de coluna vertebral.

Após o desenvolvimento do estudo, os pesquisadores perceberam que, no passado, os tubarões-de-pala foram divididos em duas subespécies, o "Sphyrna tiburo tiburo", no Atlântico, e o "Sphyrna tiburo vespertina", no Pacífico. Agora, a pesquisa sugere que ambas as espécies sejam "irmãs", possuindo algum antepassado em comum, mas se separaram à medida que o Sphyrna tiburo se espalhou pelo Atlântico subtropical.

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Ilustrações representando tubarão-cabeça-de-pá (Sphyrna alleni)

Espécie em risco

Como ainda faz pouco tempo desde que a nova espécie de tubarão foi descoberta, não há certeza sobre a situação da população dos "cabeça-de-pá"; porém, sabe-se que os tubarões-de-pala em geral estão na categoria "em perigo" na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.

É fundamental estudar e proteger espécies pequenas de tubarões-martelo, pois elas são exclusivas do continente americano e foram extintas, pescadas em excesso e identificadas incorretamente nas pescarias", afirma em comunicado Cindy Gonzalez, autora do estudo.

Vale mencionar ainda que, embora sejam tubarões, os tubarões-martelo em geral são pouco agressivos, e existem poucos registros de ataques destas criaturas a humanos, visto que se alimentam principalmente de pequenos peixes e arraias. Graças ao formato de suas cabeças, que possuem mais eletrorreceptores que outras espécies de tubarão, são considerados excelentes navegadores e extremamente perceptivos.

Porém, o que mais ameaça essas espécies, além das mudanças climáticas, é a própria ação humana. Eles são muito vitimados por pescadores que removem suas nadadeiras, para vendê-las no mercado ilegal por valores exorbitantes.