Descoberta em expedição no Parque Nacional Río Negro-Sopladora, no Equador, nova espécie é descrita com cores como as de magníficas criaturas das obras de Tolkien
Provavelmente uma das maiores honras que um biólogo pode ter é a de descobrir uma nova espécie de planta ou animal, e poder batizá-la com seu nome, ficando, assim, marcado para sempre na história. Porém, um trio de pesquisadores do Equador optou por prestar uma homenagem um pouco diferente, quando descobriram a Hyloscirtus tolkieni.
Juan C. Sánchez-Nivicela, José M. Falcón-Reibán e Diego F. Cisneros-Heredia, provavelmente muito antes de se tornarem cientistas, já tinham uma coisa em comum: os três são grandes fãs do universo da Terra Média, das séries literárias 'O Senhor dos Anéis' e 'O Hobbit', criado pelo escritor britânico J. R. R. Tolkien.
E daí, do nome do autor que tanto amam, que tiraram o nome da nova espécie de rã descoberta no Equador, ao constatarem que as cores do animal fazem ele parecer uma das criaturas fantásticas de Tolkien.
Com cerca de 6,5 centímetros de comprimento, a Hyloscirtus tolkieni possui um dorso verde acinzentado com manchas amarelas e manchas pretas e íris rosa pálido e preto.
Além disso, de acordo com estudo publicado na ZooKeys, a garganta, a barriga e os flancos, assim como a parte inferior das pernas, apresentam cores amarelo-ouro com grandes manchas e pontos pretos; já seus dedos, tanto das mãos quanto dos pés, possuem barras e manchas pretas e largas listras.
A descoberta do animal, por sua vez, se deu nos riachos do Parque Nacional Río Negro-Sopladora, no Equador. Na fase adulta, essa rã vive em matas ciliares — a beira de rios e riachos —, e os girinos se desenvolvem entre rochas e corredeiras nos rios.
"Durante semanas, exploramos diferentes áreas do Parque Nacional Río Negro-Sopladora, caminhando desde pastagens de páramo a 3.100 metros de altitude até florestas a 1.000 metros. Encontramos um único indivíduo dessa nova espécie de rã, que achamos impressionante por sua coloração e tamanho grande", narra Juan Carlos Sánchez Nivicela, coautor do estudo e pesquisador associado do Museu de Zoologia da Universidade San Francisco de Quito (USFQ), em nota.
Logo, como informado pela Revista Galileu, como somente um indivíduo da nova espécie foi encontrado, não existem informações suficientes que permitem avaliação de seu estado de preservação na natureza. Por isso, pesquisadores agora sugerem a exploração em outros lugares onde possam ser encontrados anfíbios semelhantes.
A verdade é que os Andes tropicais são ecossistemas mágicos onde algumas das mais maravilhosas espécies de flora, fungos, e a fauna do mundo estão presentes", finaliza Diego F. Cisneros-Heredia, outro coautor do estudo e pesquisador associado do Instituto Nacional de Biodiversidade do Equador, em nota.