Dupla de pesquisadores americanos descobriu os chamados microRNAs, moléculas responsáveis pelo funcionamento de trechos do material genético
Nesta segunda, 7, foram divulgados os laureados pelo prêmio Nobel de Medicina de 2024: a dupla de pesquisadores americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun. Eles se destacaram na descoberta do microRNA, pequenas moléculas responsáveis por ativar e desativar trechos específicos do material genético.
Além de proporcionar uma melhor compreensão sobre o código genético e o funcionamento das células, o estudo também revela informações valiosas que podem ser empregadas nas investigações sobre a origem e o tratamento do câncer.
+ Morre Peter Higgs, vencedor do prêmio Nobel de física
Victor Ambros é pesquisador na Escola Médica da Universidade de Massachussets, e Gary Ruvkun atua no Hospital Geral do estado e na Universidade de Harvard. A dupla fez pesquisa em pós-doutorado no mesmo laboratório, e nos anos de 1993 e 2000 descobriram a existência e ação do microRNA no genoma humano.
Ambros e Ruvkun descobriram a nova molécula a partir de estudos com um pequeno verme chamado C. elegans. Acredita-se que ele tenha sido responsável pela evolução e desenvolvimento de inúmeras espécies animais, e a pesquisa se iniciou a partir da análise de mutações no DNA desses vermes.
À época, acreditava-se que a única função do DNA era armazenar os genes de um indivíduo. Os genes são moléculas hereditárias utilizadas na fabricação de proteínas essenciais ao organismo, com auxílio do RNA.
+ Através de DNA bem preservado, cientistas dão passo para 'ressuscitar' mamute-lanoso
Em seus estudos, a dupla detectou a presença de um trecho de DNA do C. elegans não traduzido para produção de proteínas, contido exclusivamente na forma de RNA.
Isso ocorria devido à presença do microRNA, que silenciava o trecho do gene e regulava a transcrição. Posteriormente, os pesquisadores descobriram que esse processo também ocorre com seres humanos e em diversas espécies.
+ Estudo investiga se musicalidade de Beethoven estava nos genes do compositor
A descoberta rendeu aos pesquisadores duas medalhas nobéis, dois certificados e uma gratificação de R$ 5,78 milhões, valor que será dividido pela dupla.