Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Rússia

Medalhista olímpico russo é preso e pressionado a se alistar no Exército

Atleta tem sido pressionado a a se alistar no Exército russo para lutar na guerra na Ucrânia em troca de sua absolvição

por Giovanna Gomes
[email protected]

Publicado em 23/10/2024, às 09h28

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O atleta Andrey Perlov - Divulgação/Novosibirsk Courts Administration
O atleta Andrey Perlov - Divulgação/Novosibirsk Courts Administration

O atleta russoAndrey Perlov, medalhista de ouro na marcha atlética de 50 km nas Olimpíadas de Barcelona em 1992, tem sido pressionado a se alistar no Exército russo para lutar na guerra contra a Ucrânia.

Aos 62 anos, Perlov foi preso em março deste ano em sua casa, perto de Novosibirsk, na Sibéria, acusado de desviar cerca de 3 milhões de rublos (R$ 178 mil) de um clube de futebol onde atuava como diretor administrativo, segundo o portal O Globo.

De acordo com informações da BBC, Perlov e sua família negam as acusações. Seus parentes afirmam que ele está sendo coagido a aceitar o alistamento militar como condição para que o caso de peculato seja "congelado" e, possivelmente, arquivado após o término do conflito.

Estratégia

Moscou já havia utilizado condenados por crimes para reforçar as tropas no combate contra Kiev. Agora, essa estratégia foi ampliada para incluir indivíduos que ainda aguardam julgamento, segundo a BBC. Uma lei aprovada em março deste ano exige que os réus sejam informados pela acusação e pela defesa sobre a "opção" de ir à guerra em vez de enfrentar o tribunal.

Caso optem por se alistar, os processos e investigações são interrompidos e encerrados ao fim de sua participação militar.

"Isso virou o sistema de aplicação da lei da Rússia de cabeça para baixo" disse Olga Romanova, diretora da ONG Rússia Atrás das Grades, à BBC. "A polícia agora pode pegar um homem sobre o cadáver de alguém que ele acabou de matar. Eles apertam as algemas e então o assassino diz: 'Oh, espere, eu quero ir para uma operação militar especial', e eles encerram o caso criminal."

A BBC destaca que tês advogados que atuam na Rússia confirmaram que essa "opção" se tornou uma prática comum no país.

Leia também: Medalhista de prata, atleta americana protesta no pódio em pódio dos oprimidos